O Brasil caminha para 2026 com quadro fiscal mais desafiador que o projetado pelo governo federal. O Relatório de Acompanhamento Fiscal da Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado indica que, para cumprir a meta prevista no Projeto de Lei Orçamentária Anual, seria necessário um esforço extra de R$ 79,3 bilhões, equivalente a 0,55% do PIB. A IFI projeta crescimento do PIB em 1,7% e inflação de 4,3%, enquanto o governo estima 2,4% e 3,6%, respectivamente.
O presidente da CACB, Alfredo Cotait, alerta que o déficit operacional até setembro já supera R$ 1 trilhão, destacando que o Brasil se aproxima de uma situação de insolvência. A ferramenta Gasto Brasil indica mais de R$ 3,7 trilhões em gastos federativos em 2025, grande parte destinada a benefícios sociais e previdenciários.
Especialistas, como Allan Gallo, apontam que o problema não é apenas o volume de gastos, mas sua qualidade. Sem reformas estruturais — administrativa, tributária e do pacto federativo — o país seguirá com baixo crescimento, alta carga tributária e máquina pública inchada. A transparência é essencial, mas insuficiente sem ajustes profundos na gestão fiscal.