Itaguaí gasta R$ 25 milhões na saúde, mas não tem soro para salvar criança picada por cobra

Data: 07/11/2025
Luan Leonardo


Miguel de Jesus Silva, de 13 anos, morreu após ser picado por uma cobra em Itaguaí - Foto: Reprodução

Uma tragédia chocou Itaguaí e expôs o colapso da saúde municipal. O menino Miguel de Jesus Silva estava no quintal de casa quando começou a gritar por socorro, dizendo ter sido mordido. O irmão correu para ajudá-lo e o encontrou ajoelhado, com dificuldade para enxergar e dormência na perna. Desesperados, os parentes levaram Miguel às pressas para o Hospital Municipal São Francisco Xavier, mas alegam que houve demora no atendimento e que os primeiros socorristas duvidaram se era realmente um caso de picada de cobra.

A criança, de apenas 13 anos, morreu após não receber o soro antiofídico, que estava em falta na unidade. A morte gerou revolta e escancarou a ausência de estrutura básica em uma cidade cercada por áreas de mata e rica em fauna silvestre.

A indignação aumenta diante do contrato de R$ 25,4 milhões firmado pela Prefeitura com o Hospital Geral de Itaguaí, administrado pelo Centro Médico Moisés Abrahão. O acordo, assinado em 3 de outubro, previa leitos de UTI, salas cirúrgicas e insumos, mas não garantiu o essencial para salvar uma vida.

Moradores afirmam que a precariedade na saúde vem se arrastando há anos e que as promessas de reforma do Hospital Municipal seguem sem resultados. Foi preciso pedir o soro antiofídico ao Hospital Pedro II, em Santa Cruz. A tragédia evidencia a incapacidade administrativa de uma gestão que gasta alto, mas não assegura o mínimo: o direito à vida.

 


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