O Terminal Rodoviário Roberto Silveira, principal porta de entrada de Niterói para passageiros de ônibus interestaduais e intermunicipais, se tornou um retrato do abandono e da insegurança na cidade. Com fluxo médio de 60 mil passageiros por mês, o espaço mostra sinais claros de negligência administrativa e falta de fiscalização.
Imagens compartilhadas nas redes sociais revelam um cenário caótico: pessoas em situação de rua ocupam bancos e áreas de cobertura destinadas aos passageiros, especialmente à noite, enquanto lixo, goteiras e bancos quebrados completam o quadro de precariedade. Frequentadores denunciam ainda a ausência de guardas ou seguranças atuantes, reforçando a sensação de insegurança para quem passa pelo local.
O funcionamento dos banheiros também preocupa. Há divergências sobre o acesso, que deveria ser restrito a passageiros mediante comprovação, mas o espaço é utilizado livremente, sem qualquer controle. O cenário evidencia a falta de planejamento e a omissão das autoridades em manter um ambiente seguro, limpo e funcional.
Construído em 1955, o terminal abriga 16 empresas de ônibus que operam 53 linhas, sendo 36 intermunicipais e 17 interestaduais. Após período sob administração privada, a gestão retornou ao Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento Rodoviário e Terminais do Rio (Coderte), vinculada à Secretaria de Transporte e Mobilidade Urbana.
O terminal, que deveria representar mobilidade, organização e segurança, hoje simboliza abandono e risco à população. Moradores e turistas expõem diariamente as falhas da gestão municipal, que parecem ignorar o bem-estar e a segurança de quem depende do espaço para se deslocar pela cidade.



