Uma pesquisa da CNI aponta que a “taxa das blusinhas” fez com que 38% dos consumidores desistissem de comprar itens importados
Cerca de 38% dos consumidores deixaram de comprar em sites internacionais por causa da “taxa das blusinhas”, o imposto de importação, segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta segunda-feira (27/10).
De acordo com o levantamento, feito entre consumidores que fizeram compras em sites internacionais nos últimos 12 meses, 32% optaram por procurar um produto similar com entrega nacional, com o objetivo de não pagar o imposto na importação do produto.
Para o superintendente de Economia da CNI, Marcio Guerra, o impacto da taxação de 20% sobre as importações de até US$ 50 é positivo para a indústria brasileira, que está sujeita a condições desiguais de competição com outros países.
“A implementação do Imposto de Importação é o início de um processo que busca trazer mais justiça e competitividade para a indústria nacional. No entanto, o imposto ainda está em um patamar muito aquém do necessário para chegarmos a esse equilíbrio, pois a carga tributária de outros países é muito menor que a nossa”, avaliou.
Taxa das blusinhas
- Em meados de 2024, após pressão do varejo nacional, o imposto de importação (II), de caráter federal, de 20% voltou a incidir sobre compras de até US$ 50. O objetivo era garantir uma disputa leal entre varejistas e vendedores estrangeiros.
- As compras nessas plataformas estavam isentas desde 2023, em função da implementação do Programa Remessa Conforme, da Receita Federal.
- Desde 1º de agosto de 2024, todas as remessas internacionais passaram a ser sujeitas ao pagamento de tributos federal (o imposto de importação, de 20%) e estadual (o ICMS, que varia de 17% a 20%).
Frete e prazo de entrega
O preço do frete internacional e o prazo de entrega também foram motivos para que parte dos entrevistados desistisse de fazer compras internacionais no último ano. 45% dos compradores abandonaram pedidos ao saberem do custo do frete, um aumento de cinco pontos percentuais em relação à pesquisa realizada em maio do ano passado.
Outros 32% desistiram de comprar em plataformas internacionais ao descobrirem o prazo de entrega do produto. Em maio de 2024, o percentual era de 34%.
“Isso pode sinalizar um avanço na racionalidade do consumidor brasileiro na hora da compra, ou seja, a ‘taxa da blusinha’ trouxe reflexões que antes desapareciam por conta do tamanho da diferença dos preços”, explicou Guerra.
Por Gabriela Pereira - Metrópoles
Foto - FG Trade/Getty Images



