Você conhece os níveis neurológicos? - Parte 1

Por Marcelo Felippe

Por Por Marcelo Felippe

Marcelo Felippe

O modelo dos níveis lógicos ou neurológicos vem da PNL (programação neurolinguística) e também é bastante utilizado em outras linhas de trabalho Este modelo foi criado por Robert Dilts, baseado no trabalho de níveis de aprendizagem de Gregory Bateson.

É uma ferramenta tão abrangente que tem suas aplicabilidades em aprendizagem, autoconhecimento, liderança, negociação e outros linhas de desenvolvimento humano.

Existem seis níveis, cada um com suas características, que trazem o entendimento de vários aspectos que todos nós temos.

Vamos entender mais de cada um desses seis níveis.

1. Ambiente

Diz onde e quando alguma coisa acontece. Traz a localização física e no tempo. Mostra os contextos e ambientes nos quais participamos.

Cada um desses ambientes traz oportunidades e restrições que precisam ser entendidas. Por exemplo, você não vai para o trabalho, provavelmente, com o mesmo tipo de roupa que fica em casa sozinho. Você pode ficar de camiseta e chinelo em casa, mas normalmente esse tipo de vestimenta não vai caber no seu trabalho.

Se você vai conduzir um novo projeto na sua empresa, esse projeto vai trazer uma série de oportunidades e também de restrições que precisam ser observadas e respeitadas.

Pensenos três ambientes que você mais frequenta. Por exemplo, trabalho, casa, casa de parentes. Comece a perceber, de forma clara, que tipo de restrições e que tipo de oportunidades tem em cada um.

Em casa você vai ter oportunidade de fazer algumas coisas que não terá no trabalho ou na casa de um parente, por exemplo.

E Marcelo, para que tenho que prestar atenção nisso?

Cada ambiente, com suas oportunidades e restrições, vai mudar nossa forma de nos comportar. E o nosso comportamento vai ser primordial no tipo de resultado que vamos alcançar naquele lugar.

2. Comportamento

Tem relação com o que fazemos nos ambientes em que convivemos. O comportamento tem duas vertentes: ações e reações.

Pense nas ações como as escolhas conscientes que faz sobre como se comportar em cada ambiente específico, de acordo com as oportunidades e restrições que tem.

Pense nas reações como algo que aquele ambiente possui que tira você do eixo, que faz você reagir sem pensar.

A análise mínima aqui é o que você pode fazer para reagir menos e escolher de forma consciente suas ações?

Que ambiente, que pessoas que convivem com você nesse ambiente que fazem você sair do eixo e simplesmente reagir?

Os comportamentos precisam ser escolhidos e planejados, precisam ser conscientes. Quando fazemos dessa forma, direcionamos para nossas metas e sonhos a nossa energia.

Quando tudo fica automatizado, corremos o risco de apenas refletir o que acontece sem ter consciência dos ganhos e perdas, do que podemos melhorar. Em outras palavras, desperdiçamos a nossa energia.

E como posso melhor meus comportamentos?

3. Capacidade

Para melhorar o que eu faço, preciso desenvolver habilidade para tal. Não consigo jogar futebol se não aprendi a jogar. Não consigo construir um prédio se não estudei para fazer isso. De forma simplificada, tendemos a só fazer, no máximo, o que temos habilidade desenvolvida para tal.

Esse nível responde à pergunta como. Como faço isso? Como desenvolvo essa habilidade? Como desenvolvo uma nova estratégia.

Este nível neurológico tem relação com direcionamento e estratégia também.

Que direcionamento quero dar na minha carreira?

Qual a melhor estratégia para alcançar meu próximo cargo?

Que habilidades preciso desenvolver para chegar no meu próximo nível na empresa?

O desenvolvimento das estratégias e das habilidades vão nos levar a gerar comportamentos mais estruturados e direcionados a um propósito específico, sem perda de energia.

Esses são os três primeiro níveis, os três seguintes vamos falar no próximo artigo.

Agora vamos fazer um exercício de tomada de consciência até aqui.

Lembra dos três ambientes diferentes que pedi para pensar?

Vamos refletir sobre os três agora.

Que tipo de ações conscientes costuma ter em cada um dos ambientes?

Que tipo de habilidade você tem e utiliza em cada um deles?

Quais as oportunidades que enxerga em cada um para melhorar os relacionamentos, para incrementar seu nível de felicidade, para ser mais produtivo, ...?

Quais as restrições que percebe em cada um?

O que as pessoas falam em relação a você em cada um? Como as pessoas convivem com você? Que tipo de feedbacks recebe, seja de forma direta ou indireta em cada ambiente?

Como pode usar todas essas reflexões para aprender, crescer e evoluir?

Tomar consciência do que você faz e de como faz traz mais poder para mudar o que não está dando certo e para incrementar o que já está.

Quanto mais fazemos isso, mais resultados positivos tendemos a obter.

Mas será que são só esses três níveis que temos que nos preocupar?

Não. Os aspectos que realmente guiam o nosso comportamento e as habilidades que escolhemos ou não desenvolver é o que vamos ver no próximo artigo.

Encontro você lá. Enquanto isso, reflita sobre o que falamos aqui.

*Marcelo Felippe é pós-graduado em Psicologia e Saúde Mental. Mestre em Psicologia e Holística e Coaching pessoal e Liderança Organizacional