Fumo: risco para a mãe e o bebê

Dra. Marina Silva Guedes, a convite da professora Selma Sabrá, especial para O FLUMINENSE

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Crianças e bebês são mais suscetíveis ao tabagismo passivo, com maior risco para doenças respiratórias, doença do ouvido e síndrome da morte súbita infantil

O tabagismo é considerado o maior agente isolado que causa malefícios e morte no mundo, mas que podem ser evitadossegundo a Organização Mundial de Saúde.

São cerca de 8 milhões de pessoas que morrem a cada ano devido a doenças relacionadas ao cigarro. Mais de 7 milhões dessas mortes resultam do uso direto do tabaco, enquanto cerca de 1,2 milhão é o resultado de pessoas que não fumam, mas são que são expostas à fumaça do cigarro, o que chamamos de tabagismo passivo.

Nas mulheres o tabagismo causa problemas de fertilidade e complicações na gestação que podem afetar não só a saúde da mãe, mas também do seubebê, além de afetar também as crianças que são expostas à fumaça do cigarro e inocentemente acabam "fumando o cigarro" - é o tabagismo passivo descrito acima.

Embora o número de tabagistas venha sofrendo queda nos últimos anos, as gestantes brasileiras que ainda fumam correspondem a 14,7%. O cigarro afeta de forma negativaas diferentes fases da reprodução humana. A nicotina e o monóxido de carbono são os principais componentes tóxicospresentes na fumaça do cigarro e, eles atuam diretamente reduzindo astaxas de fertilidade; podem também comprometer a duração da gestação, provocando parto prematuro e diminuir a produção de leite da mãe fumante durante o período da amamentação, além de prejudicar o crescimento e desenvolvimento do bebê, reduzindo o seu peso.

Crianças e bebês são particularmente mais suscetíveis ao tabagismo passivo e por serem tabagistas passivas há maior risco de desenvolverem doenças respiratórias, doença do ouvido, inclusive reduzindo a audição e serem acometidas pela síndrome da morte súbita infantil, isto é, o bebê é encontrado inexplicavelmente sem vida. Mulheres grávidas expostas ao tabagismo passivo correm maior risco de desenvolverem malformações congênitas, bebê com baixo peso ao nascer e até natimorto.

Reconhecendo a importância do impacto do tabagismo na saúde da mulher, a Organização Mundial de Saúde, elegeu em 2010 como tema para o Dia Mundial sem Tabaco, "Gênero e tabagismo, com ênfase no marketing para mulheres", com o objetivo de estimular políticas de combate às estratégias de marketing da indústria e conter a epidemia de tabagismo entre as mulheres.Medidas que desencorajem o ato de fumar durante a gestação podem reduzir o risco de complicações para o feto e contribuir para a redução da mortalidade perinatal.

No Hospital Universitário Antônio Pedro da Universidade Federal Fluminense, localizado na cidade de Niterói, foi criado em 2005, o programa de Tratamento de Tabagismo que oferece gratuitamente um serviço de assistência e tratamento, cuja população alvo é de tabagistas da região Metropolitana II, abrangendo os municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim.

Se você é tabagista epretende engravidarou está grávida, procure seu médico e converse sobre os riscos do cigarro para você e seu bebê. Existem diversos meios para ajudá-la a parar de fumar. É fundamental a conscientização de toda a população para que se possa reduzir os malefícios causados pelo tabaco.