Cresce a procura pelos "Black Powers" em lojas de vendas de cabelo

Por Redação

Queridinho nos anos 60 e 70 o Black Power nos Estados Unidos é considerado muito além de um estilo ou de um corte, é considerado um ato político de resistência e orgulho racial

Representatividade. Aceitação. Identidade visual. Resistência. Essas palavras muito usadas principalmente em relação ao empoderamento das pessoas negras. Um comentário dentro da casa mais vigiada do Brasil, o Big Brother Brasil (BBB), trouxe a tona muitos questionamentos sobre o racismo e o principal: a aceitação do cabelo crespo e a valorização do Black Power.

Queridinho nos anos 60 e 70 o Black Power nos Estados Unidos é considerado muito além de um estilo ou de um corte, é considerado um ato político de resistência e orgulho racial. O assunto ganhou destaque nacional na última semana após o participante Rodolffo comparar uma peruca do 'homem da caverna' com o cabelo Black Power do participante João. O assunto foi amplamente comentado, teve direito a explicação ao vivo durante a apresentação do Thiago Leifert e muito acolhimento e engajamento do público.

A empresária do segmento de cabelos, Mara Almeida, da Madam Stylus, confirma que ultimamente as vendas de cabelos crespos, enrolados e cacheados estão em alta. "Cabelo cacheado está sendo muito procurado. O método costurado ou nó italiano está em alta pois os cabelos originais ficam trançados. É um caminho que as mulheres têm seguido para fazer a transição e assumir o cabelo", contou a CEO da marca.

Mara enfatiza ainda que percebe essa mudança através das vendas e das conversas com as clientes que vão nas lojas de cabelos humanos e laces em Nova Iguaçu e Campo Grande. "Vejo uma mudança de comportamento nas pessoas. Inclusive muitas pessoas brancas pedem consultoria de como mudar o estilo e adotar cabelos mais volumosos. Hoje temos um público eclético que procura desde cabelos ondulados e crespos até lá lisos", completou a empresária que tem também escritórios com cursos profissionalizantes na Barra da Tijuca e no Centro do Rio de Janeiro.

A jornalista Isabel Ludgero, 38 anos, sabe bem o que é passar por situações desagradáveis por causa do seu cabelo. "É importante a gente valorizar os nossos traços. Passamos por situações desagradáveis desde o preconceito velado até o racismo recreativo, quando fazem piadas que nunca têm a intenção de machucar", contou.


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