2021 e seus desafios

Hamilton Vasconcelos - Foto: Divulgação

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Hamilton Vasconcellos*

O ano de 2021 será desafiante para a humanidade em muitos aspectos. Porém, dois chamam a atenção: saúde e economia.

A saúde, após um 2020 difícil, pandêmico e de isolamento, a esperança chegou com as vacinas e os remédios. Tudo isso cria um novo alento a todos nós. A economia precisa
mais que esperança. Precisa de planejamento e ação.

Uma das atividades econômicas com retorno mais rápido para uma cidade é o turismo. A famosa retomada do turismo deve ser organizada, sustentável e inclusiva. Necessita gerar confiança ao viajante.

2021 será desafiante para o turismo com viagens bem diferentes das que nós conhecemos. Não vamos querer mais restaurantes cheios, mercados lotados e sim observação de pássaros ou um passeio de bike. E como fazer o turismo retornar nesse novo normal ? Nos últimos 30 anos, o Brasil recebeu cerca de 7 milhões de turistas estrangeiros por ano. Em números globais, isso é muito pouco. Perdemos a liderança até na América do Sul. O trade turístico
sempre focou nessa discussão. Porém esqueceu de um grande ator
para o turismo - os brasileiros. A pandemia pode nos ter dado essa possibilidade!

Somos 211 milhões de brasileiros. Mas vamos pensar nos brasileiros que podem viajar, ou seja, a população economicamente ativa. São 79 milhões de brasileiros que compõem esta categoria. Esse é o ponto fundamental. O brasileiro pode girar a roda do turismo, mover a economia e gerar mais emprego. Aliás, 10% dos empregos do mundo são do turismo. Viajando pelo país, os brasileiros irão proporcionar a elevação da atividade econômica, demonstrando que é possível o crescimento econômico, mesmo sem estrangeiros.

A tarefa é árdua e precisamos criar condições para o aumento das viagens internas, apresentar novos produtos, principalmente nos destinos de natureza, e criar uma forte campanha de marketing nacional.

As viagens pelo Brasil terão muitos pontos favoráveis. Do ponto de vista global, a pouca oferta de voos internacionais, a alta variação cambial e o receio por viagens longas serão fatores para o crescimento das viagens de curta distância. E não será por pouco tempo. As companhias aéreas preveem o retorno da malha aérea, aos mesmos níveis pré pandemia, somente em dezembro de 2023. Alguns países abrirão as suas fronteiras mais lentamente, outros países irão exigir mais para a concessão de vistos.

Com esse quadro mundial, incentivar o turismo interno é mais que opção, é obrigação. Com trabalho e planejamento, o turismo interno pode incentivar em 15% dos brasileiros economicamente ativos a viajar. Em números, seriam 15 milhões de brasileiros curtindo as cataratas do Iguaçu, as belezas do Rio de Janeiro, as
praias do Nordeste ou a as tradições do Norte do país.

A tendência mundial, e no Brasil não será diferente, as viagens acontecerão em pequenos grupos, até mesmo familiares, para destinos de natureza e por períodos mais longos. O Brasil possui todas as características para esse novo turismo.