Brasil já tem 203,5 mil óbitos e 8,1 milhões de casos de c-19

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Estado do Rio atinge a maior média móvel de mortes desde 24 de junho: aumento de 150% em 14 dias

Até ontem, 203.580 pessoas já perderam a vida por causa da pandemia do novo coronavírus no país. Nas últimas 24 horas, foram registradas 480 mortes em decorrência da doença. No domingo (10), o painel do Ministério da Saúde trazia 203.100 óbitos. Ainda há 2.633 falecimentos em investigação por equipes de saúde. O número de casos desde o início da pandemia totalizou 8.131.612. Entre domingo e segunda-feira, as autoridades de saúde registraram mais 25.822 diagnósticos positivos.

Os dados estão na atualização diária do Ministério da Saúde, divulgada na noite de segunda-feira (11). O balanço é feito a partir de informações sobre casos e mortes coletadas e enviadas pelas secretarias estaduais de Saúde. Há 720.549 pessoas com casos ativos em acompanhamento por profissionais de saúde e 7.207.483 pessoas recuperadas da doença.

Em geral, os registros de casos e mortes são menores aos domingos e nas segundas-feiras em razão da dificuldade de alimentação de dados pelas secretarias de Saúde aos fins de semana. Já às terças-feiras os totais tendem a ser maiores pelo acúmulo das informações de fim de semana que são enviadas ao Ministério da Saúde. Na lista de estados com mais mortes, o topo é ocupado por São Paulo (48.379), seguido por Rio de Janeiro (26.771), Minas Gerais (12.736), Ceará (10.160) e Pernambuco (9.851).

As unidades federativas com menos óbitos são Roraima (793), Acre (826), Amapá (976), Tocantins (1.274) e Rondônia (1.926).

Estado do Rio - O estado do Rio de Janeiro atingiu no domingo a maior média móvel de mortes por covid-19 desde 24 de junho, com mais de 160 vítimas por dia em um período de sete dias, segundo o painel MonitoraCovid-19, atualizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O patamar representa um aumento de mais de 150% em 14 dias e preocupa especialistas, que temem um novo pico da pandemia.

A alta da média de óbitos confirmados entre 27 de dezembro e 10 de janeiro ocorreu em nível nacional e reflete o desrespeito às medidas de prevenção à covid-19 em uma série de eventos, segundo o pesquisador Diego Xavier, do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (ICICT) da Fiocruz. O crescimento médio dessa taxa no Brasil, no entanto, foi de cerca de 84%, enquanto no Rio de Janeiro chegou a 154%. Outros estados como Ceará (264%) e Amazonas (239%) tiveram aumentos ainda mais expressivos em termos percentuais.

"Esse aumento indica que a gente falhou. A gente teve alguns eventos bastante capilarizados que fizeram com que a doença se espalhasse de forma bastante acelerada, como a eleição, as compras de final de ano, Natal, Ano Novo, as férias. As pessoas se movimentaram muito nesse fim de ano, e, à medida que se movimentaram, o vírus se espalhou", afirma o pesquisador, que lembra que o cenário havia sido previsto por uma nota técnica publicada pela Fiocruz no mês passado. "Se a gente for pensar no Natal, é uma festa muito capilarizada. Todo mundo comemora o Natal em família. E a maioria das famílias têm pessoas do grupo de risco, como os idosos".

A média móvel de mortes é calculada por meio da soma dos óbitos confirmados nos últimos sete dias, dividida por sete. O indicador é considerado importante para reduzir as oscilações diárias de notificações e se aproximar de uma tendência da pandemia. Além disso, mortes são consideradas pelos especialistas menos sujeitas à subnotificação do que as infecções, já que são mais investigadas. As contaminações, por sua vez, muitas vezes não são testadas ou se dão de forma assintomática.

Restrições - Xavier recomenda que novas medidas restritivas sejam adotadas para conter a subida da curva de óbitos no estado, mas alerta que a fiscalização é essencial para que elas tenham efeito. "A gente entende que a população está cansada, mas a gente pede que se faça essa reflexão. Se a gente está cansado dentro de casa, imagine o profissional de saúde que está em uma UTI ", pede ele, que defende medidas compartilhadas entre municípios que façam parte da mesma região de saúde, como o Rio e a Baixada.

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