Falando de homenagens

Charbel - Foto: Divulgação

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Charbel Tauil Rodrigues*

Como não poderia deixar de ser, em um momento mundial tão delicado como este da pandemia, chegamos ao Dia das Mães de 2021 com um misto de sentimentos, emoções e perspectivas. Como cidadãos e como filhos, nesse período do ano naturalmente somos tomados por uma carga adicional de afetos e recordações, em função da própria data comemorativa. Num país latino como o nosso, tais sentimentos tendem a ser ainda mais fortes, tanto que ninguém estranha quando se fala que este é o "segundo Natal", em termos de movimento comercial.

Olhando realisticamente, vemos este Dia das Mães com a perspectiva de um bom movimento de vendas, porém nem de longe comparável ao de 2019, por exemplo. Pulemos o de 2020, pois estávamos nos primeiros meses da pandemia, com um clima muito mais temeroso por parte do público -- e, para piorar, naquela época a prefeitura de Niterói ainda por cima entendeu por bem "transferir" a comemoração para julho. Na prática esse reagendamento não colou, claro, mas acabou por prejudicar as vendas, por ter confundido ainda mais o consumidor. Por sinal, vale lembrar que o Sindilojas Niterói foi totalmente contrário ao tal "reagendamento", desde o primeiro momento.

E para o atual Dia das Mães? Recentemente levantamento do Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (Ifec RJ) apontou que 61,8% dos fluminenses pretendiam presentear nesta data, com um gasto médio de R$ 143,10 (no ano passado, foram só 55,8%, embora com um gasto médio um pouco maior em termos estaduais, de R$ 150, 48). Agora em 2021, as principais preferências ficaram para roupas (31,7%), perfumes ou cosméticos (30,6%), calçados, bolsas e acessórios (23,1%); cesta de café da manhã (17,2%) e flores (11,8%). Um dado importante: entre aqueles que decidiram não presentear no Dia das Mães, nada menos que 57% alegaram que a decisão teve relação direta com o agravamento da pandemia.

Os dados acima, vale lembrar, são de âmbito estadual. Aqui em Niterói, infelizmente não tivemos como fazer investimentos de peso em uma campanha publicitária que alavancasse as vendas do Comércio local. Teria sido muito bom que - com os lojistas à míngua, como estão - a prefeitura tivesse feito algo nesse campo. Mas não fez, como aliás não fez também no ano passado, embora o então prefeito tivesse prometido. Mas ainda há tempo: por que ela não prepara uma campanha especial para o Natal de 2021, como uma forma inclusive de tentar compensar os empreendedores locais, que nos últimos meses tantas semanas tiveram que amargar suas portas fechadas? Fica aqui a sugestão para a prefeitura.

E por falar em sugestão, vamos a um outro tema: a justíssima ideia de Niterói homenagear, à altura, o talentoso ator Paulo Gustavo, que tantas alegrias proporcionou ao público em geral, e que tanto promoveu nosso município. Paulo Gustavo é merecedor de calorosos aplausos de todos nós, sem dúvida. Porém, não achamos boa a proposta de rebatizar a Rua Moreira César. A proposta de rebatizar a rua envolverá vultosas despesas para os estabelecimentos comerciais e de serviços ali existentes, que terão que mudar seus planos de marketing, registros e contratos sociais, sendo portanto obrigadas a fazer novas despesas justo num momento de grave crise econômica. Guardadas as devidas proporções, imagine o Rio de Janeiro trocar o nome da Avenida Rio Branco, ou São Paulo rebatizar a Avenida Paulista. Pois é o que, numa escala obviamente muitíssimo menor, a Moreira César representa para Niterói. Além disto, vemos como muito mais adequado dar o nome de Paulo Gustavo para um equipamento cultural de peso, como por exemplo o futuro Cinema Icaraí, por cujo imóvel a prefeitura inclusive já pagou. Convenhamos, o ponto é um dos mais nobres da cidade, com grande visibilidade, e tendo destinação de uso totalmente afinada com a vida e a obra do nosso genial artista.

No mais, nossos parabéns a todas as Mães no seu dia!