Ex-secretário de Comunicação evita fazer críticas a Bolsonaro

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O ex-secretário de Comunicação da Presidência da República Fabio Wajngarten confirmou ontem (12) à CPI da Pandemia, que o Palácio do Planalto demorou dois meses para responder uma carta em que a farmacêutica Pfizer prometia fornecer doses de vacinas contra o coronavírus. Ele, no entanto, eximiu o presidente Jair Bolsonaro de responsabilidade, evitou críticas ao ex-ministro Eduardo Pazuello e - ao contrário do que foi publicado em entrevista à revista Veja - negou guardar e-mails, registros telefônicos ou minutas de contratos trocados com a empresa norte-americana.

Em entrevista à Veja em abril, Wajngarten afirma que o acordo com a Pfizer não prosperou por "incompetência e ineficiência" da "equipe que gerenciava o Ministério da Saúde". Sem citar nomes, voltou a reclamar da "incompetência" e da "burocracia" do setor público. Mas, questionado pelo relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB-AL), negou que tenha havido procrastinação do presidente para a compra das vacinas.

Calheiros também inquiriu Wajngarten sobre declarações de Bolsonaro contrárias à imunização. Mais uma vez, o ex-secretário de Comunicação poupou críticas ao presidente. Disse não concorda "com todas as frases" de Bolsonaro, mas ponderou que, se estivesse na posição dele, eventualmente faria exatamente o mesmo.

Wajngarten disse "jamais" ter sofrido pressão de Bolsonaro para direcionar o teor das campanhas de conscientização sobre a pandemia e afirmou "desconhecer" a existência de "um ministério paralelo" para orientar o presidente sobre o enfrentamento da covid-19. Disse que o então ministro Pazuello foi "corajoso" ao assumir a Saúde durante a pandemia de coronavírus.

Em um momento da reunião, o presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), advertiu Wajngarten para que respondesse diretamente os questionamentos dos parlamentares. Segundo Aziz, o ex-secretário estaria "tangenciando" perguntas dos integrantes da comissão. O presidente ameaçou dispensar o depoimento da testemunha, requisitar à Veja a transcrição da entrevista e reconvocar o ex-secretário. O relator da CPI, Renan Calheiros, chegou a sugerir a prisão de Wajngarten.