Fiocruz retoma produção de vacina Oxford/AstraZeneca

Fundação Oswaldo Cruz recebeu insumo suficiente para produzir 12 milhões de doses da vacina contra a covid-19 - Foto: Erasmo Salomão/MS

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O Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fundação Oswaldo Cruz (Bio-Manguinhos/Fiocruz) retomou ontem (25) a produção da vacina Oxford/AstraZeneca contra covid-19, que estava interrompida desde a última quinta-feira (20). A linha de produção pôde ser reativada porque um novo carregamento do ingrediente farmacêutico ativo (IFA) chegou da China no último sábado (22).

A Fiocruz recebeu no fim de semana insumo suficiente para produzir 12 milhões de doses, o que assegura a produção de vacinas até a terceira semana de junho e entregas ininterruptas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) até 3 de julho.

O IFA é considerado o componente mais importante da vacina, por conter as informações genéticas que vão despertar a resposta imunológica contra o novo coronavírus. O insumo é transportado a uma temperatura de -55 graus Celsius e precisa ser descongelado lentamente ao chegar à fábrica.

O processo de produção das vacinas em Bio-Manguinhos inclui um longo protocolo de controle de qualidade, que demora até quatro semanas para garantir a eficácia e a segurança do lote fabricado, até a liberação para o PNI, do Ministério da Saúde.

As doses que começaram a ser produzidas ontem devem ser entregues para o Sistema Único de Saúde (SUS) somente entre 14 e 19 de junho.

O cronograma apresentado na última quinta-feira (20) pelo vice-presidente de Produção e Inovação da Fiocruz, Marco Krieger, à Comissão de Enfrentamento à Covid-19 da Câmara dos Deputados previa que as próximas entregas semanais seriam de 4,9 milhões, 5,1 milhões e 2,8 milhões de doses.

Na última sexta-feira (21), foram entregues 6,1 milhões - 800 mil doses a mais do que a previsão inicial. Segundo Krieger, a Fiocruz deve entregar mais 26 milhões de doses ao PNI até o início de julho e chegar ao total de 62 milhões com os carregamentos de IFA que já chegaram ao Brasil.

O acordo de encomenda tecnológica entre a Fiocruz e a farmacêutica AstraZeneca prevê a produção de 100,4 milhões de doses a partir da chegada de 14 lotes do IFA, que é produzido pelo laboratório chinês WuXi Biologics.

No carregamento do último sábado, a Fiocruz recebeu dois lotes, totalizando dez remessas já enviadas. A previsão é que mais dois lotes cheguem em junho, e os últimos dois, em julho.

Até o momento, a Fiocruz já produziu e entregou ao PNI 37,1 milhões de doses contra a covid-19. Além dessas, também chegaram aos postos de vacinação 4 milhões de doses da vacina Oxford/AstraZeneca produzidas pelo Instituto Serum, da Índia.

Coronavac- Mais 3 mil litros de Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) para produção da CoronaVac chegaram a São Paulo na tarde de ontem (25). Com o material, o Instituto Butantan produzirá 5 milhões de doses da vacina contra a covid-19. As entregas estão programadas para junho.

Os insumos são enviados pela biofarmacêutica Sinovac e, no Brasil, passam pelos processos de envase, rotulagem, embalagem e controle de qualidade. De acordo com o governo paulista, todo o processo dura, em média, de 15 a 20 dias. Depois de prontas, as doses são entregues ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde.

As entregas de IFA estão sendo feitas desde o final de 2020, matéria-prima que rendeu 3,8 milhões de doses. Em fevereiro, foi feita a entrega de 11 mil litros, em março, 8,2 mil litros de insumos e, em abril, 3 mil litros.

Ao todo, o instituto entregou 47,2 milhões de doses ao PNI. Segundo o Butantan, o montante cumpre o primeiro contrato de 46 milhões de vacinas, assinado em 7 de janeiro com o Ministério da Saúde. O segundo contrato prevê a entrega de 54 milhões de doses.

O órgão espera finalizar em setembro a obra de uma nova fábrica, o que permitirá, a partir de dezembro, a produção integral no Brasil, sem que seja necessário importar matéria-prima. A capacidade será de 100 milhões de
doses/ ano.