Audiência na Justiça do músico preso injustamente será hoje

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Acontece hoje (9), a partir de 13h30, na 2ª Vara Criminal de Niterói, a audiência de instrução e julgamento do violoncelista Luiz Carlos Justino, jovem negro e morador da favela, integrante do projeto social Espaço Cultural da Grota, em Niterói. Ele foi preso injustamente em setembro do ano passado, após uma abordagem policial quando voltava para casa com seu instrumento, depois de uma apresentação musical na Estação das Barcas. Em apoio ao colega, músicos da Orquestra da Grota prometem se apresentar na calçada em frente ao Fórum, no Centro de Niterói, onde ocorrerá a audiência.

Justino foi abordado por policiais em 2 de setembro de 2020, no Centro de Niterói, quando voltava para casa após o dia de trabalho. Na ocasião, havia um mandado de prisão contra ele, acusado de assalto a mão armada após ter sido reconhecido, em 2017, apenas por meio de uma fotografia que constava do livro de reconhecimento da 79ª DP (Charitas). Após ficar quatro dias preso em dois presídios diferentes, ele foi solto por decisão do juiz André Nicolitt, que demonstrou perplexidade ao emitir o alvará de soltura: "Por que um jovem negro, violoncelista, que nunca teve passagem pela polícia, inspiraria desconfiança para constar em um álbum?", questionou o magistrado na época. Casado, com 23 anos e pai de uma menina de 3, no dia e hora do referido crime Justino se apresentava como músico contratado numa padaria em Piratininga, na Região Oceânica de Niterói, junto de outros dois colegas.

O músico jamais havia sido intimado e desconhecia qualquer denúncia contra ele.