Entre o céu e a terra

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Dom José Francisco*

Aposto que você já ouviu falar de Midas, aquele que tudo quanto tocasse virava ouro, e que morreu de inanição, cercado de ouro.

E você já ouviu falar de Oza, do Antigo Testamento? Tudo se tratou de um toque, também.

No AT, a Arca da Aliança era o símbolo estável da presença de Deus. Nem os sacerdotes que a transportavam podiam nela tocar. Os filisteus que a roubaram foram cobertos de tumores, até que a devolvessem. Esse sujeito, o Oza, era um dos dois que reconduziam a Arca da Aliança, sentado no mesmo carro em que ela era transportada.

Acontece que os bois tropeçaram, e ele, inadvertidamente, encostou a mão na Arca para segurá-la, evitando que ela tombasse. Foi o que bastou para que caísse morto.

Mas, já estou vendo você perguntar: Só por isso?!

Não. Não só por ele ter tocado a Arca, mas pelo fato de ela estar sendo transportada de uma maneira fora dos padrões, num carro de tração animal, à moda POP da época. Lembre-se: Deus não é moderno, Deus é eterno! Esse equívoco já acarretou desvios nas melhores intenções.

O fato de Oza estar sentado no mesmo carro que transportava a Arca, faz supor que ele fosse um dos organizadores da festança. Nesse caso, e até onde a vista alcança, parece que acreditou só nele: se a Arca tombasse, a vergonha seria dele, não é?

Será que ele confiava no Deus da Aliança, cuja Arca, ele mesmo transportava?

O modo aceitável de adorar a Deus é instituído por Ele mesmo. E Ele não deve ser adorado de forma imaginária, nem tratado como a um colega de time, a quem empurramos e depois pedimos desculpas.

O pobre Oza, com a melhor das intenções, não levou em conta a enorme distância que se interpõe entre o Céu e a Terra. A mesma velha Terra amada por Deus, mas que, nem por isso, dispensa o reconhecimento do quem é quem. Entende?