Corpo de Bombeiros chega aos 165 anos se renovando

Mulheres já são 20% dos bombeiros no estado. Três comandam quartéis - Foto: Philippe Lima/Palácio Guanabara

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Ao comemorar 165 anos ontem (2), o Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) teve mais uma conquista a celebrar: a presença feminina em cargos de comando. Hoje, três mulheres estão à frente de quartéis no estado: os do Humaitá, Vila Isabel e Petrópolis. Ocupando postos de tenente-coronel, elas integraram a primeira turma que, em 2001, acabou com a exclusividade masculina na corporação. Um pioneirismo que gerou frutos, pois atualmente cerca 20% dos 12 mil bombeiros do estado são mulheres.

Há dois meses no comando do 11° Grupamento de Bombeiro Militar, em Vila Isabel, a tenente-coronel Carla Regina Lopes Azevedo, 40 anos, acredita que a chegada das mulheres a postos de alto escalão representa um legado para as próximas gerações.

"Existe uma resistência natural da sociedade quando nós, mulheres, ocupamos cargos de comando. Porém, essa mentalidade vem mudando durante os anos, e hoje vemos cada vez mais mulheres se destacando em diversos segmentos. Sirvo com muita honra à população, mas sei que também sou os olhos das novas meninas que um dia vão comandar um quartel e sentar nesta mesma cadeira", destaca.

A tenente-coronel Viviane Lenida Moraes Paiva, 38 anos, comandante do 1° GBM, no Humaitá, desde setembro, ressalta o fato de as três terem sido pioneiras e estarem mudando a história da corporação.

"Desde o início da nossa trajetória em 2001, tivemos muitos desafios. Mas quando eu olho para trás vejo que valeu a pena ter passado por todos eles. Sinto-me feliz e honrada em estar ocupando o posto de comandante. Não há mais espaço para uma instituição sem a presença de nós, mulheres. Hoje a mulher ocupa seu espaço pelo seu talento e determinação", afirma.

A terceira comandante é Elisangela Francisca de Matos, de 41 anos, que tomou posse esta semana à frente do 15º GBM, em Petrópolis. Para o secretário de Defesa Civil e comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Leandro Monteiro, a presença feminina só tende a crescer e melhorar ainda mais a qualidade da corporação.

"As mulheres devem assumir o papel que elas desejarem na nossa sociedade. Minha missão, como comandante do Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro, é colaborar para construir um cenário plural, apoiando as decisões e trabalhando lado a lado destas militares como parceiras", destaca o secretário.

História- No dia 2 de julho de 1856, o Imperador D. Pedro II criou o primeiro Corpo Provisório de Bombeiros da Corte, no Rio de Janeiro. Na época, os incêndios eram anunciados pelo badalar dos sinos das igrejas e por tiros de canhão. O trabalho era realizado com auxílio de bombas e escadas manuais, mangueiras e baldes de couro, que eram passados de mão em mão.

Hoje, 165 anos depois, o combate às chamas é apenas um dos serviços prestados pelo CBMERJ. A corporação atua na prevenção de desastres, salvamentos no mar, socorros florestais, resgates a vítimas de acidentes de trânsito e uma série de outras ações para preservar a vida.