Revacinação preocupa em Maricá

Saúde de Maricá passou a adotar medidas para evitar a revacinação. MP já enviou recomendações a vários municípios - Foto: Marcos Fabrício / Prefeitura de Maricá

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Seguindo as recomendações do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ), divulgadas em 30 de junho e enviadas a vários municípios, a Prefeitura de Maricá, através da Secretaria de Saúde, passa a adotar medidas imediatas a fim de evitar casos de revacinação contra a Covid-19 no município. Tal ação, além de ser considerada prática criminosa, tem consequências desconhecidas e graves.

Tais medidas preveem a verificação prévia se o candidato à vacinação já possui outros registros nos sistemas informatizados por outra vacina de combate a Covid-19. Além disso, no momento da colheita de dados do candidato à imunização, as equipes atuantes no município passarão a advertir expressamente os munícipes, com a adoção de documento por escrito a esse respeito, acerca da impossibilidade de revacinação, questionando inclusive se o indivíduo já teve acesso a outras doses de vacina contra a covid-19.

Ainda por orientação do MP, nos registros manuais de vacinação constará uma aba específica referente à impossibilidade de revacinação, a fim de comprovar a ciência de tal advertência por parte do indivíduo.

"Algumas pessoas têm procurado os postos de vacinação omitindo já terem sido vacinadas e solicitando vacinação com um novo imunizante. A revacinação é um procedimento que pode trazer riscos à saúde, pois não existem estudos que garantam a sua segurança. Além do mais, quem fraudar a vacinação, omitindo ter recebido um imunizante previamente, incorre em responsabilidade criminal e cível, podendo ser multado, entre outras sanções", alertou Solange Oliveira, subsecretária de Atenção Primária à Saúde de Maricá.

Solange destacou ainda que o Ministério Público já investiga esses casos e solicitou o nome de todos os que forem identificados nessa prática.

"É importante que a população valorize a ciência e que compreenda que a vacinação consiste em uma proteção coletiva e não individual. Se todos estiverem vacinados, com qualquer um dos imunizantes aprovados no país, reduzimos a circulação do vírus, as formas graves da doença e as mortes por Covid-19. O importante é que todos compareçam aos postos e recebam a vacina que estiver disponível. Ela evitará mortes", assegura a subsecretária.

Investigação em Nilópolis - A Secretaria Municipal de Saúde de Nilópolis, na Baixada Fluminense, está investigando, desde sexta-feira (2), casos suspeitos de lotes vencidos da vacina AstraZeneca. Ao todo, são 727 lotes que, conforme o sistema do município, constam como dose tomada após a data de expiração do lote. De acordo com a prefeitura, já foram imunizadas 177 pessoas que estavam nesta situação. Além disso, dez pessoas foram vacinadas novamente em casa.

O trabalho de busca ativa está sendo feito por cinco funcionárias da Secretaria de Saúde, que ligam para os moradores. Até o momento, pelo menos 400 pessoas foram contatadas e deverão comparecer ao posto com o cartão de vacinação para que seja confirmado se a aplicação da vacina ocorreu fora do prazo. "Nos casos confirmados, as pessoas estão sendo convocadas para se vacinarem novamente no Posto Central, caso o morador tenha passado 28 dias desde a última dose", informou a prefeitura, em nota.

Na avaliação, também foi possível constatar que muitas vacinas foram aplicadas dentro da validade. "Esse número está sendo investigado pela Secretaria de Saúde por meio de busca ativa por telefone e visita domiciliar, quando não se consegue contato telefônico.