Bloqueio contra as variantes

Governador Cláudio Castro e secretário Alexandre Chieppe concederam entrevista sobre antecipação da segunda dose - Foto: Carlos Magno/Palácio Guanabara

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O governador Cláudio Castro afirmou, ontem (13), que a decisão do Governo do Estado em autorizar todos os municípios fluminenses a anteciparem de 12 para oito semanas a aplicação da segunda dose da vacina Astrazeneca contra Covid-19 foi tomada em conjunto com o Conselho das Secretarias Municipais de Saúde (Cosems). Segundo Castro, foram levados em consideração aspectos como a quantidade de doses que as cidades já têm em estoque para completar o esquema vacinal da população e a entrada de novas variantes da Covid-19 no estado.

"Essa não é uma decisão monocrática do Estado e sim, pactuada com o Conselho de Secretarias Municipais. Há uma preocupação com armazenamento pelos municípios para não haver perda de doses. Não há nenhum prejuízo nessa antecipação. Nosso objetivo é que tenhamos pessoas imunizadas mais rápido para evitar a infecção pela Covid-19 entre as duas doses. Por causa das novas variantes, a decisão foi bem pensada e debatida", afirmou o governador Cláudio Castro.

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) do Rio de Janeiro não vai repetir, com a vacina da Pfizer, pelo menos no momento, a autorização para que os municípios diminuam de 12 para 8 semanas o período de intervalo entre as duas doses. Segundo o secretário Alexandre Chieppe, o assunto não chegou nem a ser discutido na pasta até agora. Chieppe disse que a decisão de antecipar a segunda dose da AstraZeneca levou em consideração o risco de disseminação da variante delta, também conhecida como indiana.

Tal variante vem causando novas ondas de transmissão na Europa e tem característica de menor letalidade, mas com um número significativo de casos, informou o secretário. "Com a entrada da variante delta, não teria sentido ficar esperando dois ou três meses, agora, com vacinas guardadas podendo imunizar efetivamente as pessoas, diminuindo o risco de disseminação da variante. Com a Pfizer não tem esse cenário no momento, e ainda não se fez essa discussão."

Um dos motivos para a decisão de antecipar a segunda dose da AstraZeneca foi a quantidade de doses do imunizante armazenadas à disposição dos municípios. O governador Cláudio Castro destacou a preocupação com a possibilidade de perda de vacinas e disse que existem estudos garantindo não haver prejuízo para quem tomou a AstraZeneca em diminuir de 12 para oito semanas o intervalo para aplicação da segunda dose.

De acordo com o secretário, não houve mudança nas regras de vacinação. "Fizemos uma antecipação de semanas do que está previsto na instrução de uso do fabricante. Alguns estados já tomaram essa decisão. No Ministério da Saúde, a discussão pode, ou não, ser ampliada para todo o país. Não houve descumprimento de nenhuma regra do Programa Nacional de Imunização, não foi incluído nenhum grupo novo, não foi mudada nenhuma característica do processo de vacinação. Tudo foi feito com base técnica e científica e com base também no que o fabricante preconiza", afirmou.

"Em português mais claro, como a gente não mudou a regra, não precisou pedir autorização nenhuma", acrescentou o governador, explicando que não foi necessário consultar o Ministério da Saúde.

Castro apelou à população para que se vacine sem escolher o imunizante. "Continuamos na total crença de que a vacina é a nossa esperança da retomada total, de vencermos a covid, e pedindo à população que não faça escolha por vacina X, Y ou Z. Qualquer vacina é importante. Neste momento, o que precisamos é ter a população vacinada." O governador pediu também que quem já recebeu a primeira dose procure tomar a segunda na data programada. Ele infomrou que o estado pretende fazer campanhas publicitárias para incentivar as pessoas a completarem a imunização com as duas doses.