Delta 'ganha terreno' no Rio

De acordo com o estudo, de todas as amostras coletadas no estado inteiro, a Delta foi encontrada em 26% - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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O secretário de Saúde do Município do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, disse que a variante Delta do novo coronavírus já é responsável por quase metade dos casos da doença hoje cidade. Soranz se baseou em um estudo divulgado na terça-feira (3) pela Secretaria Estadual de Saúde do RJ (SES-RJ), que detectou que 45% das amostras de pacientes cariocas tinham a cepa Delta do coronavírus.

Alexandre Chieppe, secretário estadual de Saúde, afirmou que ainda não foi feita uma análise estatística dos dados, mas afirmou que a Delta está em conversão para se tornar a mais frequente no lugar da gama, de origem brasileira. De acordo com o estudo, de todas as amostras coletadas no estado inteiro, a Delta foi encontrada em 26%. Duas semanas atrás, esse percentual estava em 16,6%.

O número de casos confirmados com a Delta na capital ainda é baixo, pois poucos foram sequenciados. Até esta terça-feira, eram 62 pessoas mapeadas com a Delta. As transmissões comunitárias da Delta na cidade haviam sido confirmadas por Soranz no mês passado. Essa variante foi identificada primeiro na Índia e está se alastrando pelo mundo em alta velocidade.

Mais transmissível - Não há análises conclusivas, mas os estudos apontam que a variante Delta é mais transmissível que as outras, apesar de não haver indícios de que cause infecções mais graves.

A análise genômica do novo coronavírus é feita por amostragem, recolhendo exemplos de maior carga viral, em pacientes que podem ter maior gravidade clínica. Desde janeiro, foram avaliadas 3.555 amostras no estado.

Segundo a Secretaria de Saúde, a partir deste mês a metodologia vai mudar, passando a ter duas etapas. A primeira vai analisar 300 amostras de pacientes internados em nove hospitais das nove regiões epidemiológicas do estado. Na rodada seguinte, as amostras serão coletadas na rede ambulatorial. Com isso, será possível monitorar qual variante tem causado mais internações.

O sequenciamento genômico do coronavírus é um exame diferente do teste diagnóstico de rotina. Ele é feito para identificar modificações sofridas pelo vírus SARS-CoV-2 no estado e embasar políticas sanitárias. Participam do estudo especialistas da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

São Paulo - Até terça-feira (3), 28 novas amostras da variante Delta do novo coronavírus foram confirmadas na capital de São Paulo. O monitoramento ativo da prefeitura, em parceria com o Instituto Butantan, detectou até o momento 50 diagnósticos para a nova variante no município. Os casos estão em investigação pelas respectivas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da rede municipal.

O monitoramento das variantes na capital é realizado por meio de cálculo amostral, por semana epidemiológica. As amostras seguem para análise do laboratório do Instituto Butantan, onde é realizado o sequenciamento genético.

Além dessa ação de monitoramento, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) também realizou parceria com o Instituto de Medicina Tropical (IMT) da Universidade de São Paulo (USP) e possui a vigilância do laboratório estadual do Instituto Adolfo Lutz.

Semanalmente, cerca de 600 amostras são enviadas aos respectivos laboratórios. O objetivo do trabalho é identificar quais cepas circulam pela cidade. A ação com os laboratórios foi iniciada em abril de 2021.

Recomendações - O que se recomenda neste momento é que se mantenha o uso correto das máscaras (cobrindo o nariz e a boca), distanciamento social, higienização de mãos e, principalmente, evitar aglomerações.