UFRJ está desenvolvendo vacina contra covid-19

Denominada de UFRJvac, os testes com a vacina em animais foram promissores, segundo os pesquisadores - Foto: Divulgação

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A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) está desenvolvendo uma vacina contra a covid-19 e deve pedir, ainda este mês, a autorização da Anvisa para iniciar os testes clínicos em humanos. A equipe é liderada pela professora Leda Castilho, do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe).

Denominada de UFRJvac, os testes com a vacina em animais foram promissores, segundo a professora.

"A vacina está passando pelos últimos estágios de estudos em animais, que são os estudos que a gente chama de pré-clínicos. E, se tudo der certo, ela deve entrar em ensaios clínicos, que são os ensaios em voluntários humanos, até o final
desse ano".

A tecnologia usada pela UFRJ é a da proteína recombinante, que utiliza uma cópia da proteína que recobre a superfície do vírus. A mesma técnica é usada em vacinas como a contra a hepatite B, o papilomavírus humano (HPV) e também na vacina contra a gripe.

De acordo com a professora Leda Castilho, a equipe trabalha com diferentes variantes do coronavírus e está preparada para lidar com novas mutações que surgirem.

"A gente tem [vacinas com] várias variantes em desenvolvimento, algumas já prontas. Então, até o final do ano, antes de entrar em ensaios em humanos, a gente vai decidir qual é a variante mais importante para seguir adiante no desenvolvimento", explicou.

Tipos de vacina -Cada uma das quatro vacinas contra a covid-19 utilizadas no Brasil, até o momento, tem uma tecnologia de desenvolvimento diferente.

A CoronaVac, da biofarmacêutica chinesa Sinovac e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, utiliza a tecnologia de vírus inativado. Ao ser injetado no organismo, o vírus morto não é capaz de causar a doença, mas induz uma resposta imunológica.

O imunizante da farmacêutica AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, na Inglaterra, e produzida no Brasil pela Fiocruz, emprega a tecnologia do vetor viral. No caso, é usado o adenovírus, que infecta chimpanzés e é manipulado geneticamente para ser inserido o gene da proteína spike do Sars-CoV-2.

A vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer, desenvolvida em parceria com o laboratório BioNTech, se baseia na tecnologia de RNA mensageiro sintético, que dá as instruções ao organismo para a produção das proteínas encontradas no novo coronavírus, estimulando a resposta imune.

Por último, a vacina Janssen, da Johnson & Johnson, a única aplicada em apenas uma dose, também utiliza o vetor viral. No caso, um tipo específico de adenovírus geneticamente modificado para não se replicar em seres humanos.