Ressaca danifica estacas-prancha no litoral de Maricá

A previsão é a de que os reparos sejam iniciados tão logo o mar esteja novamente em seu nível normal, o que está previsto para ocorrer entre a próxima semana - Foto: Marcos Fabrício/Prefeitura de Maricá

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Parte das primeiras estacas-prancha instaladas pela Prefeitura de Maricá no litoral da cidade foi danificada no último final de semana, em razão da forte ressaca que atingiu a orla do município com ondas que alcançaram 5 metros de altura. O trecho atingido fica entre as ruas 64 e 66, em Cordeirinho, e teve algumas peças retiradas numa extensão de 150 metros, de um total de 712 metros (o restante permanece intacto).

Cada placa metálica tem 12 metros de comprimento e o material vem sendo utilizado desde 2019 na revitalização da orla de Itaipuaçu. Técnicos da autarquia de Serviços de Obras de Maricá (Somar) estiveram no ponto atingido pela força da ressaca na última terça-feira, para avaliar que o prejuízo poderia ter sido ainda maior sem a presença das estacas-prancha.

O diretor operacional de obras indiretas da Somar, Gustavo Camacho, explicou que o dano nas placas ocorreu porque a obra ainda está em andamento no local. O processo de implantação das estacas é feito em dois estágios. No caso do local afetado, o estaqueamento ainda estava no primeiro estágio e, por isso, as peças estavam visíveis acima da areia. A previsão é a de que os reparos sejam iniciados tão logo o mar esteja novamente em seu nível normal, o que está previsto para ocorrer entre o fim desta semana e o início da próxima.

"É preciso que a faixa de areia seja restaurada, para possibilitar o posicionamento do maquinário que vai retirar as placas. Só então poderemos recuperar cada uma das peças danificadas", projetou Camacho, ressaltando que, desta forma, fica protelada a conclusão da intervenção. "Não tínhamos um prazo estipulado para finalizar, até porque se trata de uma obra costeira sempre sujeita a fatores como o tempo e as condições do mar, sobre os quais não temos controle. A natureza é quem vai ditar o ritmo de trabalho", afirmou.

"O dano que tivemos ficou na casa de 3% do total de estacas instaladas nesse local, dada a ressaca que foi muito mais forte do que nós esperávamos. Vamos também avaliar uma forma de instalação onde seus efeitos sejam ainda mais minimizados", disse o diretor.

Ao todo, a Prefeitura adquiriu 4 mil toneladas de estacas (ou 4,3 milhões de quilos) - cujo preço é calculado não pela unidade, mas pelo peso total do montante. Cada quilo das placas metálicas custou pouco mais de R$ 13. A peça individual pesa, segundo os técnicos, 475 quilos. Além de Itaipuaçu e Cordeirinho, as estacas-prancha foram instaladas também às margens do canal de Bambuí, sendo uma técnica consagrada de controle e estabilidade de taludes costeiros. Já foram implantados 4.900 metros de estacas (mais de 8.100 peças), cada uma com 60 cm de largura. O material usado nas estacas, o aço naval, tem uma aparência de ferrugem, mas isso é uma característica física, sendo a camada externa uma proteção ao ataque da corrosão.