Rio suspende primeira dose

Ministério da Saúde informou que haverá uma compensação de vacinas sem que haja prejuízos para a população - Foto: Myke Sena/ Ministério da Saúde

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A prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu a aplicação da primeira dose contra a covid-19. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), faltam vacinas.

A Secretaria Municipal de Saúde aguardou até o início da noite desta terça-feira que o Ministério da Saúde distribuísse as doses de vacinas contra a covid-19 recebidas desde o dia 4 de agosto. Como as doses não foram entregues, a SMS se vê mais uma vez obrigada a suspender a aplicação de primeiras doses (D1) no município do Rio.

A segunda dose (D2) está mantida nos postos

O secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, já havia dito na manhã de ontem que o Rio de Janeiro poderia suspender a aplicação da primeira dose das vacinas contra covid-19 a partir de quarta(11) se uma nova remessa de doses não chegasse à cidade.

"A gente tem estoque de primeira dose para até o final do dia desta terça, para pessoas de 25 anos. E a gente precisa de uma remessa com mais doses para poder continuar o calendário de primeira dose da semana", disse Soranz, que afirmou ter a expectativa de que o Ministério da Saúde distribua 11 milhões de doses aos estados ainda ontem.

Segundo a SMS, o Ministério da Saúde tem em estoque 5,8 milhões de doses da Pfizer, 3,4 milhões de Coronavac e 1,1 milhão de AstraZeneca.

O prefeito do Rio, Eduardo Paes, se manifestou em suas redes sociais.

"Infelizmente fomos informados que as vacinas previstas para hoje só chegarão nessa madrugada. Isso nos leva a ter que suspender a vacinação da primeira dose no dia de amanhã. Muito provavelmente retornamos na quinta".

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) respondeu que depende da chegada das doses do ministério para fazer novos repasses aos municípios. Segundo a assessoria de imprensa da SES, essa distribuição pode ser feita rapidamente, assim que as doses chegarem.

Já o Ministério da Saúde afirmou que vai distribuir mais doses ao Rio de Janeiro nos próximos dias. Segundo a pasta, foi definida no último sábado (7) a liberação de mais 4,5 milhões de doses aos estados e Distrito Federal, sendo que 416 mil doses serão destinadas ao estado do Rio.

"O Ministério da Saúde informa que haverá uma compensação gradual dos quantitativos de vacinas enviados de modo complementar, de maneira que todos os estados deverão finalizar o processo de imunização sem que haja benefícios ou prejuízos a suas respectivas populações", disse o ministério, que lembrou que 994,4 mil doses foram entregues ao estado na semana passada.

No fim de julho, o município chegou a suspender a aplicação da primeira dose, também por falta de vacina. A suspensão durou cinco dias.

Momento preocupante - O secretário de Saúde da capital fluminense avaliou que a pandemia está em um momento preocupante na cidade, com o inverno e a disseminação da variante Delta impulsionando o número de casos.

A média móvel de novos casos de covid-19 na cidade do Rio de Janeiro saltou de 1.115 novos diagnósticos por dia, em 25 de julho, para 1.592, em 8 de agosto, segundo o painel de dados Monitora Covid-19, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Já a média móvel de novos óbitos está em queda desde o início de agosto e chegou anteontem (8) a 46 vítimas por dia na média dos últimos sete dias.

Em reunião realizada na manhã de ontem, o Comitê Especial de Enfrentamento à Covid-19 da Prefeitura do Rio de Janeiro, composto por pesquisadores, recomendou que a reabertura anunciada para setembro pelo prefeito, Eduardo Paes, tenha como requisito um percentual maior de vacinados.

Reabertura - Paes havia anunciado que poderia iniciar a reabertura no início de setembro com 45% da população imunizada com duas doses ou dose única, mas os pesquisadores propuseram aumentar o percentual para 50%. O grupo recomendou que a primeira etapa permita apenas eventos em locais abertos com até 500 pessoas e limitação de 50% de público nos estádios, com exigência de que os torcedores estejam com a vacinação
completa.