Estudo da UFF mostra que falta limpeza

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O problema não se restringe ao sistema lagunar, do lado do mar a situação também é preocupante. Recentemente, os pesquisadores da UFF Bernardo Gama e Abílio Soares publicaram estudo na revista internacional Regional Studies in Marine Science chamado "Cleaning efficiency in a Southwestern Atlantic sandy beach" (Eficiência da limpeza em uma praia do sudoeste Atlântico). Nele, avaliam que é ineficaz a limpeza que vem sendo feita na Praia de Camboinhas, trecho da Praia de Itaipu que ganhou nome de um navio que afundou no local.

"Nesse estudo, constatamos que plásticos, seja na forma de isopor, embalagens, copos, talheres ou canudos, compõem o tipo de lixo numericamente mais comum no local. A decomposição desse detrito demora séculos e muitas vezes desaparece de vista quando as partículas se quebram em microplásticos", pontua Gama, professor do Departamento de Biologia Marinha, em publicação veiculada pela universidade.

Problema ambiental - O professor Abílio acrescenta que a ingestão de plástico pode causar a morte direta ou indireta de muitos seres marinhos e terrestres que habitam as praias, e por isso o descarte desse material no mar é considerado atualmente o maior
problema ambiental dos oceanos.

"Esse lixo encontrado nas praias é geralmente produzido pelos banhistas ou trazido de locais distantes pelas correntes marinhas e ação das marés. Em uma ressaca, os detritos se depositam na franja da restinga. De acordo com a pesquisa, a limpeza feita na praia de Camboinhas não é eficiente para a quantidade de sujeira produzida normalmente, menos ainda após uma ressaca como a que ocorreu recentemente. A coleta é feita somente na faixa de areia, onde os banhistas costumam ficar. Já na parte da restinga, os resíduos raramente são recolhidos", explica também na
publicação.

Trabalho noturno - A Companhia de Limpeza Urbana de Niterói (Clin) diz que a limpeza da praia de Camboinhas é realizada diariamente no período noturno. De acordo com os técnicos da companhia, por medida de segurança, a retirada de resíduos precisa ser feita à noite porque o serviço é realizado com o auxílio do equipamento chamado Tatuí, que é puxado por um trator e, portanto, é necessário que a praia esteja sem a presença de banhistas.

A Clin diz, ainda, que de forma preventiva, toda semana uma equipe faz a chamada operação "Cata Cata", tanto na faixa de areia, como na área da restinga. A operação "Cata, Cata" é quando os garis retiram, de forma manual, os resíduos por toda a extensão da praia. Ainda de acordo com a administração da Clin, eventualmente, a limpeza da praia pode ser feita durante o dia, caso haja necessidade, como, por exemplo, após fortes ressacas.