Um projeto ambicioso

Dom José - Foto: Thiago Maia/ Divulgação

Cidades
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Dom José Francisco*

Um projeto ambicioso, porém, necessário e real, seria transformar todos os espaços em espaços verdadeiramente humanos: aqueles onde a presença do bem inunde a realidade de claridade, transparência e verdade.

Para isso, temos que encontrar uma ética universal, com princípios tão absolutos e certos quanto a matemática. Seria isso possível? Seja como for, não poderia ser impossível, uma vez que o senso moral é inato, e não derivado da experiência, como ensinara Kant. Esse imperativo ético de que precisamos deve ser absoluto, categórico e necessário.

Essa lei imperativa é a lei que origina todas as outras. Sim, porque, hoje, os projetos de comportamento se tornaram tão fluidos e esvoaçantes que há muito se pergunta onde encontrar algum ponto de referência, para descansar os pés e repousar a alma.

Começamos apostando que exista um imperativo oriundo da própria pessoa, que obedeça à incondicional voz da consciência, para agir como se a lei suprema de qualquer ação devesse se tornar, por desejo nosso, uma lei universal da natureza.

Sabemos (e como sabemos!) que precisamos evitar comportamentos que, se fossem adotados por todos os humanos, tornariam impossível a vida social. Poderíamos fugir de um apuro, usando uma mentira, mas, nem por isso, mentir seria uma lei universal. Há uma lei moral em nosso íntimo, e ela é incondicional e absoluta.

Toda boa ação é boa, não porque traga bons resultados, mas por ser feita obedecendo a essa lei moral íntima, que combina necessidade com dever. Ela não vem da nossa experiência pessoal, mas legisla, imperiosamente, sobre todos os comportamentos e atitudes, passados presentes e futuros.

Vou continuar insistindo nesse tema: mais que atual, ele é, profundamente, necessário em tempos sombrios.

(Eu volto ao tema.)