Arrecadação com os royalties sobe 225% em 11 anos no RJ

Crescimento é mais intenso desde 2017, embora depois tenha ocorrido dois momentos de queda significativa - Foto: Agência Brasil

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

A arrecadação de royalties do petróleo no estado do Rio de Janeiro subiu 225% em 11 anos, saltando de R$ 1,2 bilhão de janeiro e julho de 2010 para R$ 3,9 bilhões no mesmo período de 2021. Os dados constam no 6º Anuário do Petróleo, lançado ontem (24) pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), e que reúne dados do setor no estado e análises sobre as expectativas para o próximo período.

O crescimento vem ocorrendo de forma mais intensa desde 2017, embora de lá pra cá tenha ocorrido dois momentos de queda significativa na arrecadação. Um entre o fim de 2018 e o início de 2019 e outro no meio do ano passado, em meio aos efeitos da pandemia da covid-19. Em ambos os casos, porém, a recuperação não demorou.

"O estado recebeu no primeiro semestre de 2021 o equivalente a 21% do total em royalties gerados nacionalmente. Nos seis primeiros meses de 2021, o montante arrecadado cresceu 37% em relação aos valores do ano passado e já chega a 72,57% do arrecadado em 2019", registra o anuário.

Conforme o documento, os resultados abrem uma oportunidade para a recuperação estrutural do estado. "Ao refletir em maior investimento público pode, assim, proporcionar um retorno socioeconômico também para municípios e toda população, fortalecendo fundamentalmente a base industrial como forma de consolidar a geração de emprego formal e a criação de renda".

De acordo com Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da Firjan, além do aumento da arrecadação de royalties, há outros três destaques nesta edição. "Comparando com a primeira edição do anuário, lançada em 2016, tivemos um registro, cinco anos depois, de aumento da produção no território do Rio de Janeiro. Também houve aumento da utilização do parque de refino do Rio de Janeiro. E ainda um aumento da participação dos empregados fluminenses na cadeia fornecedora do país, de 33% para 53% já em 2020", disse.

O Rio de Janeiro responde atualmente por 83% da produção de petróleo no país em áreas marítimas (offshore). Das 10 plataformas marítimas, nove estão no estado. A Bacia de Santos, que se estende desde o litoral sul fluminense até o norte catarinense, contribuiu com 66% da produção nacional de petróleo em 2020 e já alcança quase 70% em maio de 2021.

A extração na camada pré-sal é responsável por mais de 70% do petróleo e do gás natural produzidos no país. Os campos de
maior destaque na Bacia de Santos, Tupi e Búzios, ambos na costa fluminense, foram responsáveis, respectivamente, por 42% e 26% da produção do pré-sal no mês de maio.

O anuário vê um cenário positivo para os negócios do setor com o avanço da campanha de vacinação contra a covid-19 ao redor do mundo. A Firjan projeta uma alta da produção mundial, o que contribuiria para diminuir os preços do petróleo, que têm atingido valores bem altos, girando em torno de US$ 76 o barril. Por enquanto, a tendência é de crescimento. "Para o Brasil, em particular, com os valores de câmbio, os impactos são ainda mais significativos, já que nunca antes o barril de petróleo atingiu patamares tão altos quando convertido para valores em reais", registra o documento.