Covid: descoberta positiva

Se confirmados os resultados, é possível que uma parte da população possa ficar mais imune ao coronavírus - Foto: Myke Sena/MS

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Um estudo feito por pesquisadores da Universidade Médica de Chongqing, na China, mostrou que a CoronaVac, vacina da farmacêutica chinesa Sinovac contra a covid-19, fabricada no Brasil pelo Instituto Butantan, é capaz de dobrar, em quem já teve a doença, a quantidade de anticorpos neutralizantes e multiplicar em 4,4 vezes o nível de imunoglobulina IgG.

Anticorpos neutralizantes são responsáveis por combater uma eventual reinfecção pelo SARS-CoV-2). Já o IgG está ligado ao processo de defesa do organismo no qual atuam as imunoglobulinas encontradas na corrente sanguínea, e também desempenha papel fundamental na prevenção de reinfecção viral.

Os resultados preliminares da pesquisa, feita com 85 pacientes recuperados da covid-19, foram divulgados na Cell Discovery, publicação que faz parte do grupo britânico Nature. Os participantes do estudo tinham entre 3 e 84 anos e tinham contraído a doença, em sua maioria, no início de 2020.

De acordo com os resultados da pesquisa, o nível de anticorpos neutralizantes entre as pessoas que tiveram covid-19, que era de 36 um dia antes da primeira dose, foi subindo até atingir 108 duas semanas após a segunda dose. No grupo de controle, esse indicador alcançou 56 - ou seja, a quantidade de anticorpos neutralizantes gerados pela vacina em quem já havia se contaminado com covid-19 foi o dobro na comparação com quem não havia tido a doença.

Entre os convalescentes, o nível da imunoglobulina IgG, que era de 3,68 um dia antes da vacina, subiu para 47,74 duas semanas após a segunda dose de CoronaVac. É uma quantidade 4,4 vezes superior ao nível de 10,81 detectado no grupo controle.

No entanto, ao longo dos 12 meses de acompanhamento dos 85 pacientes analisados, os níveis dos anticorpos neutralizantes diminuíram de 631, no fim do primeiro mês, para 84 no último mês. No caso da imunoglobulina IgG, o indicador caiu de 28,6 para 7,2 no mesmo período.

Produção - A Pfizer e a BioNTech anunciaram ontem (26) a assinatura de um acordo com a farmacêutica brasileira Eurofarma para a produção de vacina contra a covid-19. A vacina será produzida no Brasil e distribuída em toda a América Latina.

De acordo com o comunicado das empresas, as atividades de transferência técnica, desenvolvimento no local e instalação de equipamentos começarão imediatamente. A Eurofarma vai receber o produto de instalações dos Estados Unidos.

A expectativa é que o laboratório brasileiro seja capaz de produzir 100 milhões de doses por ano, que devem começar a ser entregues em 2022.

"A Eurofarma vai começar por meio deste acordo a terminar o processo de fabricação de nossa vacina no Brasil, o envase e a finalização no Brasil e para o resto dos países da América Latina", destacou o presidente da Pfizer para a América Latina, Carlos Murillo em evento para a assinatura do acordo.

Vacina - A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou novo estudo clínico para o desenvolvimento de uma vacina contra a covid-19. A pesquisa será realizada em fase 1, quando há análise da eficácia e segurança em um grupo menor de voluntários.

O projeto é conduzido por um consórcio formado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), pelo Serviço Nacional de Aprendizagem (Senai) e pelas empresas HDT Bio Corp, dos Estados Unidos, e Gennova Biopharmaceuticals, da Índia.

O estudo será realizado no Brasil, na Índia e nos Estados Unidos com a participação de 90 voluntários, de 18 a 55 anos. Parte das pessoas receberá duas doses em um intervalo menor, de 29 dias. Já outra parte terá aplicação em um período maior entre cada dose, de 57 dias.

O teste no Brasil será realizado no Hospital da Bahia, localizado em Salvador. Caso o desenvolvimento avance, a participação brasileira envolve a transferência de tecnologia, que seria realizada por meio do Centro Universitário Senai Cimatec, localizado na Bahia.

Este é o 13º ensaio clínico autorizado pela Anvisa. Na quarta-feira (25), a agência autorizou um estudo em fase 3 a ser realizado pela indústria de biotecnologia Innovio Pharmaceuticals, com sede nos Estados Unidos.