Vacina: Rio vai exigir comprovante

Cobrança da apresentação do comprovante de vacinação será feita pelos estabelecimentos e haverá fiscalização - Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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O município do Rio de Janeiro tornou obrigatória a apresentação do certificado de vacinação contra covid-19 para ingresso em alguns locais da cidade. Entre os espaços que terão de exigir o documento estão academias de ginástica, piscinas, centros de treinamento, clubes, estádios e vilas olímpicas.

Também será obrigatória a apresentação do certificado em cinemas, teatros, circos, salas de concerto, pistas de patinação e outras atividades de entretenimento.

O acesso a locais de visitação turística, como museus, galerias, aquários, parques de diversões, e drive-in, bem como a convenções e feiras comerciais, também ficará restrito a quem apresentar o documento.

A exigência começará a ser feita em 1º de setembro e seguirá o cronograma da Secretaria Municipal de Saúde do Rio, em relação às idades. Portanto, para aqueles cujo cronograma já previa a segunda dose, o certificado terá que comprovar as duas doses. Para aqueles cuja data de aplicação da segunda dose ainda não chegou, o documento só precisa comprovar a primeira dose.

Serão aceitos tanto o comprovante emitido pela Secretaria Municipal de Saúde quanto aquele disponível na plataforma Conecte SUS, que pode ser obtido pela internet.

A cobrança deverá ser feita pelo próprio estabelecimento, e a fiscalização do cumprimento da regra ficará a cargo da Vigilância Sanitária Municipal.

A prefeitura também passará a exigir o comprovante de vacinação para a inclusão e manutenção de pessoas no programa de transferência de renda Cartão Família Carioca.

A exigência do certificado também será feita para quem quiser realizar cirurgias eletivas nos serviços públicos e privados de saúde e nas unidades do Sistema Único de Saúde (SUS) no município.

Paes defende medida - O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, defendeu ontem (27) a exigência de certificado de vacinação contra covid-19 para ter acesso a locais de lazer, receber recursos do Cartão Família Carioca e realizar cirurgias eletivas. A determinação foi publicada ontem no Diário Oficial do Município do Rio de Janeiro. Ao apresentar o boletim epidemiológico da cidade, Paes argumentou que as medidas protegem os vacinados e estimulam a vacinação ao criar dificuldades para quem não quer se vacinar.

"Não deixem de se vacinar. Nós vamos criar dificuldades para aqueles que não querem se vacinar, desde o acesso a programas de transferência de renda, passando por cuidados a sua saúde, passando por ter alternativas e oportunidades de lazer e, em alguns casos, até de trabalhar. É muito importante que as pessoas se vacinem", enfatizou o prefeito, acrescentando que a exigência da vacinação é uma preparação para a liberação das atividades limitadas pelas medidas de prevenção à covid-19.

A comprovação da vacinação poderá ser feita tanto com o aplicativo ConecteSUS quanto com o próprio cartão de vacinação físico, e deverá mostrar que a pessoa tomou todas as doses já disponíveis para sua faixa etária.

"Obviamente, o nosso objetivo é proteger as pessoas que acreditam na ciência, se vacinaram e frequentam os ambientes", disse Paes, que acrescentou: "E, obviamente, também fazer com que as pessoas se vacinem".

Segunda dose preocupa - A vacinação contra covid-19 já alcançou 87,3% do público alvo com primeira dose ou dose única no Rio de Janeiro, considerando que os adolescentes com mais de 12 anos passaram a fazer parte da campanha de imunização. A cobertura com as duas doses ou dose única chega a 42,8% da população alvo.

Entre os números que preocupam a prefeitura está o atraso na segunda dose de cerca de 180 mil pessoas. Segundo o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a prefeitura vai intensificar a busca ativa no mês de setembro, entrando em contato com essas pessoas por telefone ou em seus endereços. Segundo Soranz, os agentes de saúde relatam que os principais motivos apresentados por essas pessoas ao serem procuradas são o esquecimento, o adoecimento na data marcada para a vacinação e eventos adversos ocorridos na primeira dose.

O secretário lembrou ainda que 30 mil idosos com mais de 60 anos não tomaram nem a primeira dose da vacina e estão sob maior risco de ter um caso grave e serem vítimas da covid-19. "É um percentual pequeno, mas são 30 mil pessoas expostas à covid com mais de 60 anos", alertou Soranz.

O painel de dados da prefeitura mostra ainda que a faixa etária de 30 a 39 anos tem 91 mil pessoas que não se vacinaram, e a de 20 a 29 anos, 146 mil.