Planejar a retomada

Charbel Tauil - Foto: Divulgação

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Por Charbel Tauil Rodrigues*

Estamos chegando ao final de agosto, e daqui em diante será questão de poucos instantes para entrarmos no período de sucessivas datas festivas, extremamente importantes tanto do ponto de vista comercial quanto turístico. Na sequência, e para ficarmos apenas nos pontos principais, teremos o 22 de Novembro (aniversário de Niterói), emendando com a temporada de festas natalinas, réveillon e, mais adiante, carnaval. Além do próprio verão, claro. Pois bem, o calendário corre e, até o presente momento, a prefeitura ainda não apresentou à sociedade um esboço, sequer, do que pode ser feito em função de cada uma dessas datas - e isto tem impacto direto para todo o empresariado aqui estabelecido.

É óbvio que não estamos ignorando a covid-19. Porém, consideremos: a vacinação está avançando, os protocolos sanitários estão devidamente difundidos e razoavelmente respeitados, e os índices de Saúde Pública felizmente estão se tornando cada vez melhores. A esta altura do campeonato não há - simplesmente não há - desculpa para ficar toda uma gigantesca estrutura de governo de braços cruzados, sem planejar o que fazer para um final de ano que já está batendo às nossas portas.

A questão é que, independentemente da pandemia, é necessário haver planejamento para os eventos da cidade. Planejamento integrado (envolvendo vários órgãos públicos e entidades da sociedade civil organizada) e antecipado, bem entendido. O que não é aceitável é a administração municipal ficar deixando o tempo passar e, quando chegar a hora, não fazer nada, ou mesmo improvisar qualquer coisa, simplesmente porque ninguém se preparou. Até quando vamos ficar deitados no berço esplêndido das nossas belezas naturais e dos nossos patrimônios artísticos, históricos e culturais e nos quedar, achando que tudo o mais se resolverá sozinho? Não pode ser assim!

Estamos vendo o Brasil inteiro, aos poucos, reabrindo, voltando a funcionar, inclusive em termos de festas e eventos públicos ou particulares. Havendo regras claras e rígidas de como proceder, somada a um mínimo de planejamento, é possível, sim, que se tente a retomada. Com todas as precauções, com todos os cuidados. Mas é preciso dar passos.

Niterói deve se preparar, e rápido, para galgar este novo patamar. Mais à frente poderão ser feitas reavaliações criteriosas, com base em estatísticas, e se necessário alteram-se os rumos. Também para isto servem os bons planejamentos: para se saber quais as opções a trilhar, caso surjam problemas.

Voltemos ao calendário dos próximos meses. Em novembro, há o aniversário do município (o qual finalmente deixou de ser feriado e foi transformado em mera data festiva, conforme tanto cobrou, por anos, o Sindilojas). Há algum esboço para um show, um desfile, enfim, algum evento público? Se sim, onde? Indagações parecidas valem, como dissemos, para o período natalino e de réveillon. Pensa-se em algo? Quais as alternativas disponíveis? Se há algum planejamento a este respeito, por que a sociedade civil ainda não foi convidada a se pronunciar?

Creio que essas questões dizem muito quanto aos rumos estratégicos de Niterói. É hora de a cidade sair da letargia administrativa e começar a se acostumar a andar à frente dos fatos - não a reboque deles.

A população, como um todo, e os empreendedores, em especial, agradecem!

*Charbel Tauil Rodrigues é presidente do Sindilojas Niterói