A necessária interação

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Charbel Tauil Rodrigues*

Assim como o avanço das campanhas de vacinação trás, para muita gente, um equivocado clima de "agora está tudo resolvido" com relação à pandemia de covid-19, guardadas as devidas proporções tendência semelhante tende a ocorrer com alguns observadores do cenário econômico.

Tanto numa quanto noutra situação, convém manter cautela redobrada.

No caso da Saúde Pública, os especialistas estão cansados de avisar que não basta estar vacinado -- o cidadão precisa, mesmo assim, manter distanciamento social, usar máscaras e lavar bem as mãos. Ainda há muito chão pela frente até termos vencido esta guerra contra o coronavírus. Vamos chegar lá, se Deus quiser, mas ainda demora um pouco.

Quanto à tão sonhada retomada econômica, na última semana a Agência Brasil noticiou que, na quarta alta mensal consecutiva, o Comércio havia crescido 1,2% em julho, atingindo patamar recorde. Também marcante foi a divulgação dos dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de acordo com os quais teriam sido criados em julho 195.596 vagas de trabalho, das quais -- atenção! -- Comércio e Serviços representaram nada mais, nada menos, que 61,8% dos empregos gerados.

Seja como for, ainda restam muitas incertezas no cenário político, econômico e social, aí incluída a esperada vitória sobre a pandemia. Em também recente pesquisa, o Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ), aferiu a confiança dos consumidores na economia fluminense para o próximo trimestre. Observou-se redução no percentual de consumidores que estavam confiantes ou muito confiantes, indo de 44,2% em julho, para 42,7%. Por outro lado, 36,6% dos entrevistados estavam pessimistas e muito pessimistas, sendo que no mês anterior eram 33,7% (um acréscimo de 2,9 pontos percentuais). Em suma, o quadro geral pode até estar ensaiando uma melhora (e tomara que realmente assim seja), mas ainda é cedo, muito cedo para comemorar ou, mesmo, para baixar a guarda. No geral, o cenário prossegue incerto para a imensa maioria da população.

A situação é pior ainda em Niterói, porque aqui os pequenos e médios empreendedores não podem se programar adequadamente para o futuro próximo, uma vez que o Poder Público até agora simplesmente não apresentou absolutamente nada em termos de planejamento para os próximos meses.

Por exemplo: haverá ou não festividades pelo aniversário do município, agora em novembro? Se sim, onde e quando? Já se pensou em algo para o período de festas natalinas e réveillon? Onde e quando? Haverá alguma campanha publicitária? Haverá mudanças substanciais no trânsito, como mãos de ruas, áreas de estacionamentos e pontos de carga e descarga? Haverá uma programação de shows em espaços públicos? Se vai haver algo, onde estão os planejamentos, os cronogramas e os custos projetados? E principalmente: por que a prefeitura ainda não está interagindo com as entidades de classe e as associações de moradores, ouvindo propostas e sugestões? Afinal de contas, empreendedores de Comércio e Serviços tem total interesse em ver a cidade florescer, funcionando no máximo de suas potencialidades.

Fica aqui registrado nosso desejo de que esta situação venha a mudar em breve. Afinal, com mais transparência, diálogo e bom planejamento, Niterói só tem a ganhar!