O cigarro e a mulher no século XXI

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O tabagismo é considerado a maior causa evitável de doença e morte no mundo segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, 443 pessoas morrem a cada dia por causa do tabagismo. Os custos dos danos produzidos pelo cigarro no sistema de saúde e na economia são de R$ 125.148 bilhões e 161.853 mortes anuais poderiam ser evitadas.

Embora as taxas de tabagismo entre as mulheres sejam inferiores as dos homens, estima-se que elas devam aumentar no Brasil, assim como em outros países de baixa e média renda. Essa tendência é resultado principalmente do marketing ativo da indústria do tabaco sobre as mulheres.

O fumo do tabaco causa mais de 50 doenças associadas que reduzem a expectativa e a qualidade de vida dos fumantes, como enfisema, bronquite crônica, câncer e doenças cardiovasculares. Aproximadamente 25% de todos os fumantes regulares morrem precocemente devido a doenças associadas ao tabaco, perdendo cerca de 20 anos de vida.

No sexo feminino o tabagismo está relacionado com o aumento de infertilidade, de menopausa precoce, osteoporose, complicações gestacionais e pós-gestacionais e interfere na saúde do feto e das crianças que se comportam como tabagistas passivas por conviverem com adultos tabagistas. O risco de morrer por câncer é sete vezes maior para as mulheres fumantes comparadas às não fumantes.

Os malefícios do tabagismo durante a gestação e o período do aleitamento materno estão bem estabelecidos e mesmo assim a prevalência de tabagismo entre as gestantes no Brasil é preocupante sendo um desafio para as políticas públicas.

Fumar durante a gestação aumenta o risco de complicações como placenta prévia e prenhez ectópica; aumenta a chance de aborto espontâneo (70%), de parto prematuro (40%), de morte perinatal (30%) e de baixo peso ao nascer, isto é, recém nascidos que nascem com peso igual ou inferior a 2.500 gramas (20%).

Crianças tabagistas passivas são afetadas diretamente pelo hábito de fumar dos pais e dos seus responsáveis, podendo desenvolver problemas de saúde como otite média, tosse, respiração ofegante, piora da asma, pneumonia, bronquite e possivelmente déficit neurológico, comportamental, doenças cardiovasculares e doença pulmonar obstrutiva cônica (DPOC) na vida adulta.

No Hospital Universitário Antônio Pedro, da Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, foi criado, em 2005, o programa de Tratamento de Tabagismo que oferece gratuitamente um serviço de assistência e tratamento, cuja população alvo é de tabagistas (adultos e adolescentes) da região Metropolitana II (municípios de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí, Maricá, Tanguá, Rio Bonito e Silva Jardim).

É fundamental a conscientização de toda a população para que se possa reduzir os malefícios causados pelo tabaco. O papel da mulher moderna torna-se importantíssimo na luta contra o tabagismo, podendo ser um ícone no seio familiar, entre os amigos, no ambiente de trabalho e na sociedade em geral.

Venham, mulheres, participarem desta luta contra o tabagismo!