Câncer de mama: redução nos exames

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O Sistema Único de Saúde (SUS) apresentou, em 2020, uma redução no número de procedimentos de diagnóstico de câncer de mama, segundo o levantamento baseado em dados do Datasus, desenvolvido pelo Instituto Avon em parceria com a organização de jornalismo de dados Gênero e Número. De acordo com o estudo realizado com o objetivo de mensurar o impacto da pandemia da covid-19 no tratamento e diagnóstico do câncer de mama, o Brasil contabilizou 473 mil procedimentos de diagnóstico de câncer de mama a menos que em 2019 - o que representa uma queda de 28%.

O levantamento demonstra que o isolamento social afetou profundamente a rotina de rastreio do câncer de mama - o tipo de câncer mais diagnosticado no mundo e o segundo mais diagnosticado no Brasil. Em 2019, o SUS realizou 1,7 milhão de procedimentos de diagnóstico de câncer de mama como, por exemplo, biópsias da mama. Em 2020, esse número caiu para 1,2 milhão. A quantidade de mamografias realizadas no primeiro ano da pandemia também apresentou um volume menor, com 1,8 milhão de exames em comparação aos 3 milhões realizados no ano anterior - gerando uma redução de 40% no total de procedimentos.

"Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estimam-se que surjam 66.280 novos casos de câncer de mama no país, anualmente, para o triênio 2020, 2021 e 2022. É de extrema urgência que as mulheres façam seus exames de rotina e sigam com o acompanhamento médico anual. Quando diagnosticado precocemente, as chances de cura para o câncer de mama são mais elevadas e há opções de tratamentos que podem ser avaliadas com a equipe multidisciplinar que deve acompanhar a paciente e sua família. Homens e mulheres precisam ser conscientizados sobre fatores de risco, sinais, o que fazer e os direitos das mulheres em relação à doença", explica Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon.

Os recursos destinados ao diagnóstico do câncer de mama também sofreram alterações significativas no mesmo período. De acordo com o levantamento, houve uma redução orçamentária de 26% para o diagnóstico da doença, que passou de R$ 49 milhões no ano de 2019, para R$ 36,5 milhões em 2020.