'Madeixas que eu deixo', mais um movimento em prol da autoestima

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A perda de cabelo é um dos efeitos colaterais mais temidos no tratamento quimioterápicos. A queda costuma gerar afetar a autoestima, especialmente nas mulheres. Sensibilizadas com a causa, mãe e filha, moradoras de Niterói, criaram o movimento "Madeixas Que Eu Deixo", para incentivar a doação de cabelos em apoio as ações da Associação Amigos da Mama (Adama), que atende mulheres que passam por tratamento quimioterápico.

Suzy Silva, jornalista, criadora e incentivadora do movimento, diz que inspiração veio da filha, a escritora Amanda Rabello, que fez a sua primeira doação em 2011 e passou a deixar o cabelo crescer com o propósito de doar.

"Eu sempre estimulei e admirei a determinação dela e resolvi aderir. Busquei entender melhor como as madeixas poderiam reverter efetivamente a ajuda e cheguei até a Adama, uma dentre muitas ONGs no Brasil voltadas para a causa do câncer de mama", conta Suzy.

"O nosso objetivo maior é acolher, apoiar e tentar contribuir para a recuperação da força e da alegria de pessoas após um diagnóstico de câncer de mama, quebrando a imagem negativa da doença", explica a média Tereza Cyprestes, membro titular da Sociedade Brasileira de Mastologia e fundadora da Adama.

Há várias formas de ajudar. Uma delas é com a doação dos cabelos, que algumas vezes são trocados por perucas prontas, outras vezes são vendidos e a renda é revertida para compra de medicamentos e sutiãs, e agora, no cenário de pandemia, como o aumento da espera para realização de exames, os recursos também passaram a ser destinados para custear e agilizar o acesso de pacientes a esses exames. Outra ação é a customização de sutiãs básicos, com adaptação de preenchimento que são doados a pacientes que não têm recurso para a cirurgia de implantação de próteses.

Entendendo a cadeia produtiva das doações, Suzy procurou o salão que frequentava, que já era parceiro da associação, e propôs o movimento. Ela e a filha cortaram suas madeixas, mais de 40 centímetros de comprimento.

"Depois fizemos um post nas redes sociais. O gesto solidário acabou virando um movimento, o Madeixas Que Eu Deixo. Precisamos estimular as boas ações e tentar ajudar mais nesse momento tão desafiador. Hoje eu tenho, e posso doar, quem sabe amanhã não serei eu a precisar?", conclui Suzy.

O Prya, salão parceiro da ação em Niterói, passou a oferecer 20% de desconto para as clientes que quiserem doar as suas mechas. Para a doação, o cabelo precisa ter no mínimo, 20 centímetros de comprimento.