Um dezembro de esperança

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Charbel Tauil Rodrigues*

Para o Comércio num município como Niterói, com expressivo contingente de funcionários públicos, é extremamente importante que o funcionalismo esteja com os salários em dia. Ainda mais quando se ingressa nesta temporada em que estamos, de festas de final de ano, porque ela constitui a oportunidade histórica de se aumentar o faturamento nas lojas.

Foi portanto muito bem-vinda a iniciativa do governo do Estado, que agendou o pagamento dos salários de novembro para a última sexta-feira (dia 3), com a segunda parcela do 13º a ser depositada no dia 10 e, de quebra, a antecipação dos salários de dezembro, que desta vez deverão ser depositados já no dia 30 deste mês, e não em janeiro. Isto, no âmbito estadual. As notícias nessa área também foram positivas na esfera municipal, a prefeitura agendou os pagamentos dos salários de novembro para quinta-feira, dia 2, com os 50% do 13º devendo ser pagos no dia 10.

Por oportuno, vale lembrar que poucos anos atrás o governo do RJ, com sérias dificuldades de caixa, levou meses a fio atrasando os pagamentos do funcionalismo estadual, o que causou efeitos devastadores no Comércio de nossa cidade. Que bom que isto foi superado, tendo a administração fluminense agora estar inclusive adiantando depósitos. Não é pouca coisa.

Ora, tudo isso proporciona aos lojistas um cenário mais animador: teremos um mês de dezembro, desde o seu início, com os consumidores com mais dinheiro no bolso, com a tendência a não se retrair tanto como nos últimos tempos. O Comércio precisa estar antenado com esse dado positivo, para aproveitar o momento e realizar boas vendas, dentro da realidade atual. Ninguém está dizendo que será fácil, mas sim que é um instante promissor.

Quem vive de vendas deve estar sempre sensível ao que é vivido e sentido pelo consumidor. Para alguns empreendedores, o "momento black friday" decepcionou, porque achavam que fariam negócios em grande volume e com alto tíquete médio de desembolsos. Já para quem se manteve com os pés no chão, não houve surpresa: as vendas se mantiveram estatisticamente em baixos valores, pois o consumidor, por mais animado que esteja, ainda precisa sair de toda uma bolha de apreensão, formada pelo medo do desemprego, a inegável perda de poder aquisitivo e o cada vez mais presente fantasma da inflação. Ou seja, não adianta querer que o comportamento de compra seja idêntico ao que foi registrado em momentos de economia saudável e empregos fartos. É natural que seja diferente.

Para as vendas deste dezembro, também, o fenômeno deverá se repetir: não se iludam, será um Natal de "lembrancinhas", de vendas de menor tíquete médio. É uma situação que está colocada, e vai faturar mais que a ela se adequar, da melhor forma possível.

O empreendedor deve redobrar a atenção com a ornamentação, a iluminação e a boa arrumação de seu estabelecimento, oferecendo preços atraentes e bem destacados, e mantendo o melhor atendimento possível. É chegada a hora de começar a enfrentar -- devagar, mas com firmeza -- a longa temporada de temores causados pela crise econômica e amplificados pela pandemia de covid-19. Mesmo sob a ameaça recente das novas variantes da doença, estão aí avançando as campanhas de vacinação, com excelentes resultados. Continuemos a usar máscaras e a seguir todos os protocolos sanitários, sim, mas vamos em frente.

Trabalhemos com garra e determinação, mantendo a esperança e fazendo a nossa parte por um mundo melhor.