MPRJ vai fazer perícia hoje no Complexo do Salgueiro, em SG

Objetivo é fotografar e fazer um estudo da região para confrontar com as informações recebidas através de denúncias feitas por moradores das comunidades - Foto: Divulgação/MP-RJ

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) realizará, hoje (14), perícia no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, onde nove corpos foram encontrados, em um manguezal, no bairro das Palmeiras, no dia 22 de novembro, após ação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar. O objetivo é fotografar e fazer um estudo topográfico da região para confrontar com as informações recebidas através de denúncias feitas por moradores das
comunidades.

As esquipes estarão concentradas a partir das 8h, no 7° Batalhão de Polícia Militar, localizado no bairro Alcântara, em São Gonçalo. Participarão agentes do Grupo de Atuação Técnica e Especializada (GATE), da Divisão de Evidências Digitais e Tecnologia (DEDIT), ambos do MPRJ; além de peritos criminalistas da PMERJ. Promotores de Justiça que atuam perante a Auditoria Militar também estão presentes acompanhando as análises.

Até o momento, a Promotoria de Justiça Militar já ouviu 10 policiais militares que declaram ter participado da operação no Salgueiro no dia 20 de novembro e ouviu, ontem, mais quatro PMs, além de moradores da região. O MPRJ ressalta que no decorrer das investigações podem ser necessárias novas oitivas de testemunhas para esclarecimentos dos fatos ocorridos.

Denunciados - Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, ontem (13), junto à Auditoria da Justiça Militar, um capitão, um sargento e três cabos da Polícia Militar por modificarem a cena no local onde Kathlen de Oliveira Romeu foi morta, em 8 de junho, no Complexo do Lins, zona norte do Rio. A jovem, de 24 anos, era designer de modas e estava grávida de três meses. Ela tinha mudado da comunidade há um mês por causa da violência. Todos os militares eram lotados na UPP de Lins de Vasconcelos.

De acordo com a denúncia, os militares retiraram, antes da chegada da perícia, o material que lá se encontrava, acrescentando 12 cartuchos de pistola calibre 9mm deflagrados e um carregador de fuzil 556, com 10 munições intactas, que foram apresentados mais tarde na 26ª Delegacia de Polícia, no bairro de Todos os Santos. Ainda de acordo com o documento, o capitão, "estando no local dos fatos e podendo agir como superior hierárquico para garantir sua correta preservação, omitiu-se quando tinha por lei o dever de vigilância sobre as ações de seus comandados".

Um trecho da denúncia diz que "ato contínuo, enquanto deveriam preservar o local de homicídio, aguardando a chegada da equipe de peritos da Polícia Civil, os denunciados o alteraram fraudulentamente, realizando as condutas acima descritas, com a intenção de criar vestígios de suposto confronto com criminosos".

Os quatro policiais militares subalternos foram denunciados por duas fraudes processuais e por dois crimes de falso testemunho. Já o capitão foi denunciado por fraude processual na forma omissiva.

Em nota, a Polícia Militar informou que o inquérito policial militar (IPM) relativo ao caso [da jovem Kathlen] foi remetido para o Ministério Público da Auditoria
Militar.