Identificada décima vítima do paredão de rocha em Capitólio

Deslizamento de rocha em Capitólio deixou dez pessoas mortas e várias outras feridas no Lago de Furnas - Foto: Divulgação/CBMMG

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Peritos da Polícia Civil de Minas Gerais identificaram, ontem (10), a última das dez pessoas que morreram no desmoronamento de um bloco de pedras no Lago de Furnas, em Capitólio (MG), no último sábado (8).

Assim como os outros nove mortos na tragédia, Carmem Pinheiro da Silva, de 43 anos, estava a bordo da lancha Jesus, uma das quatro diretamente atingidas pela queda do paredão de pedra que se desprendeu sobre os barcos dos turistas que visitavam o lago.

Mais cedo, a Polícia Civil já tinha divulgado os nomes de quatro vítimas identificadas nas últimas horas. São elas Rodrigo Alves dos Anjos, de 40 anos; Geovany Teixeira da Silva de 38; Tiago Teixeira da Silva Nascimento de 35 e Geovany Gabriel Oliveira da Silva, de 14 anos.

No domingo (9), os peritos confirmaram a morte de Júlio Borges Antunes (68); de Mykon Douglas de Osti (24); de Camila Silva Machado (18), e também a morte de Sebastião Teixeira da Silva (64) e de sua esposa, Marlene Augusta Teixeira da Silva (57).

As dez vítimas foram identificadas por reconhecimento das impressões digitais. Três delas foram reconhecidas com o auxílio de peritos da Polícia Federal (PF).

Ao menos outras 24 pessoas que estavam a bordo de embarcações precisaram de socorro, e muitas delas foram levadas a unidades de saúde com fraturas e escoriações.

A Polícia Civil instaurou inquérito policial para investigar as responsabilidades. Além disso, a Marinha, responsável por fiscalizar a navegação nos cursos d´agua, também vai apurar as circunstâncias da tragédia.

Desde que as imagens do enorme bloco de pedra atingindo embarcações com turistas começaram a ser veiculadas, fotos e até mesmo mensagens antigas em que pessoas apontam a trinca no paredão de pedra e o risco iminente de queda foram recuperadas para questionar a falta de orientação sobre os riscos do local.

Geólogos - o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, anunciou ontem (10) que toda a região passará a ser analisada por geólogos e outros especialistas que possam identificar riscos de novos desmoronamentos.

"Queremos que a região continue atraindo turistas. Por isso, a partir de agora, teremos um cuidado adicional", declarou Zema a jornalistas, ao visitar Capitólio.

Perguntado se as mortes poderiam ter sido evitadas, o governador disse não ser possível assegurar que nenhuma pedra role das muitas montanhas existentes no país. E mencionou o que classificou como ineditismo da tragédia para explicar porque um lugar que atrai tantas pessoas não conta com uma avaliação de risco geológico a fim de prevenir
tragédias.

"Quem mora ou tem avô, bisavô, que já vivia ali, sabe que aquela estrutura nunca foi acometida por fato semelhante a este", acrescentou Zema

"O que aconteceu ali é algo inédito. E quando cai um raio? Quem é o responsável? É o prefeito?", questionou o governador.