Sempre alerta aos acidentes evitáveis

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Pense bem. Você conhece alguma criança que sofreu algum tipo de acidente, principalmente, depois que os colégios fecharam por causa da pandemia? Não estou falando somente dos grandes acidentes de carro. Pode ser dedo queimado na cobertura do bolo, um galo na cabeça por ter caído do sofá, um braço quebrado depois de pular na cama, uma queimadura provocada pelo cigarro aceso, etc. É bem provável que você conheça sim, e você não está sozinho!

Sabe-se que o processo de desenvolvimento de uma criança passa necessariamente pela curiosidade. Portanto, desde que começam a explorar o mundo, as crianças estão sujeitas - para o desespero de seus pais - a acidentes. E, assim como os adultos, elas também adquirem a percepção dos riscos através das próprias vivências experimentadas. Você pode não se lembrar, mas provavelmente, também, deve ter queimado a língua com chocolate quente mesmo com seu cuidador, seja pai, mãe, tio ou babá, dizendo "cuidado que tá quente!"

No Brasil e no mundo, as causas externas, ou seja, lesões ou traumatismos causados por acidentes ou violências que são evitáveis, são causas importantes de atendimentos no pronto socorro e de internações que podem inclusive, em casos extremos, levar à morte. Dados publicados pelo departamento de informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS) indicam que 2.170 crianças com idade entre 0 e 9 anos morreram no nosso país em 2020, devido a acidentes. Analisando os dados atendidos nos hospitais da rede do SUS, 68.752 crianças de 0 a 9 anos de idade precisaram ser internadas por causa de acidentes. Esse número é muito alto, ainda mais se considerarmos que são causas evitáveis e que estávamos em plena pandemia COVID-19.

Mas como evitar o acidente? O que realmente faz a diferença é o cuidador ou responsável pela criança refletir sobre sua responsabilidade dentro da situação, e também entender que o risco de acidente existe, devendo controlar o ambiente onde a criança se encontra, para protegê-las e desse modo permitir um ambiente seguro para o desenvolvimento da criança.

Entre os acidentes mais comuns estão os de trânsito ou transporte. É chato e complicado prender a cadeirinha no carro? É. É difícil fazer a criança tolerar uma viagem presa no dispositivo de segurança? Sim, com absoluta certeza, sim. Mas desde 2008, quando as cadeirinhas foram exigidas por lei no transporte de crianças, houve uma redução importante no número de mortes por acidentes de trânsito no Brasil.

Há um outro grande grupo de acidentes que merece atenção onde estão incluídas as quedas, afogamentos, queimaduras, intoxicações, sufocações e asfixia. Quando o ar não chega como deveria chegar nos pulmões chamamos de asfixia e nesta situação, faltará oxigênio para um órgão vital que é o cerebro, com complicações graves como paralisia cerebral, convulsões ou mesmo óbito. Engasgos com comida, sacolas de plástico e até afogamentos entram nesse grupo de crianças asfixiadas. Tudo precisa ser pensado, questionado e cuidado para a asfixia não acontecer. No caso de engasgo, qual o risco de o que está dentro da boca da criança, ao invés de ir para o estômago, for para o pulmão e fechar todo o caminho do ar, não permitindo que o ar chegue aos pulmões?", da mesma forma, qual o perigo "desse remédio está numa altura segura que meu filho não consegue alcançar?" ou "o que fazer para evitar que a criança caia em recipientes ou lugares que tenham água?" O título de "responsável pela criança" não é à toa! Não precisa, sequer, de um segundo sem supervisão para uma grande confusão se instalar e uma acidente acontecer. Portanto, nunca deixe seu filho sozinho em praia, piscinas, bacia, tanque ou mesmo perto de poço; nunca ofereça grãos como amendoim, milho, pipoca, castanha, balas se ela tiver menos de 4 anos de idade, pelo risco de aspiração para os pulmões ou mesmo ficar sufocada. A criança pequena ainda não possue os dentes molares - que só surgem aos 4 anos e a partir daí, possui condição de triturar grãos evitando engasgo e sufocação.

Criança precisa de segurança para brincar e se desenvolver. Prevenção sempre é a melhor opção!