Um caminho diferente

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Dom José Francisco*

Semana passada, estive no Carmelo de Pouso Alegre, MG, lugar que me traz incontáveis recordações de minha formação sacerdotal: uma segurança alimentada no silêncio e na contemplação. É um caminho diferente, sim. Quando a boca se fecha, os olhos encontram o que as palavras não conseguem traduzir.

Agradeço às irmãs carmelitas, e às irmãs e irmãos de outras tantas ordens do ramo contemplativo, masculino e feminino, por alimentarem as raízes da árvore da Igreja com a seiva de sua existência orante.

Para quem critica esse estilo de vida, eu diria que é só uma escolha. Num mundo tão respeitador de todas as escolhas profissionais e comportamentais, por que não respeitar também essa? Tão distinta em sua especificidade, tão fiel ao seu engajamento, tão repleta de paz em sua tranquilidade!

E, cá entre nós, o Mundo aqui fora, não é lá, grande coisa. Não é!

Se você abrir os noticiários, de um dia apenas, se ouvir e vir aquilo que os grandes do Mundo decidiram para que nós, os pequenos, realizássemos, à custa de lágrimas, suor e sangue, não haverá como tirar dessas pessoas consagradas a razão sedimentária que as fez dizer a esse Mundo: muitíssimo obrigado, mas nós queremos mais!

Ah! E você não precisa concordar. É só um ponto de vista.

E se ele já é compartilhado por milhares de pessoas ao redor do planeta, nem por isso pode ser erigido em norma estatutária. Mesmo assim, devo lembrar que, mantidas as proporções, há mais desistência entre os que abraçaram carreiras e matrimônios na sociedade humana, do que entre os que se abrigaram sob as venerandas paredes de algum mosteiro.

Não se trata de avaliação, apenas de constatação.

Um caminho diferente, sim!

É nos caminhos diferentes que encontramos remédios, invenções e todo um mundo novo.

Então, por que não?