Henry: mãe e padrasto no TJRJ

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Foram realizados nesta quarta-feira (9), pela juíza Elizabeth Machado Louro, da 2ª Vara Criminal da Capital, os interrogatórios de Monique Medeiros e Jairo Souza dos Santos Júnior, o Dr. Jairinho, acusados da morte do menino Henry Borel. A audiência começou por volta de 11h com o interrogatório de Jairinho, que optou por permanecer em silêncio, direito previsto constitucionalmente. Ele afirmou não se sentir preparado ainda para falar e disse que aguarda o acesso a documentos, como exames, imagens do hospital e do Instituto Médico Legal (IML) e folhas de prontuário, para que venha a se manifestar posteriormente. A defesa de Jairinho solicitou que não fossem feitas imagens do réu durante seu depoimento.

Em seguida, emocionada, Monique Medeiros, mãe de Henry, fez uma retrospectiva detalhada da sua vida, contando fatos, de modo cronológico, da sua criação em Bangu, suas atividades profissionais até seu relacionamento com Jairinho, passando pelo seu casamento com Leniel Borel, pai de seu filho, e pela crise vivida pelo ex-casal após o nascimento de Henry, acirrada na pandemia, quando vieram a se divorciar.

Em seu interrogatório, Monique afirmou que o seu filho era "dócil, amoroso, sorridente, feliz e especial, um anjo". Ela também relatou agressões cometidas contra ela por Jairinho, citando episódios de violência física, verbal e psicológica.

Audiência mantida - Na terça-feira (8), a juíza Elizabeth Machado Louro indeferiu o pedido de mudança da data da audiência. O advogado Flávio Fernandes, que assumiu a defesa do ex-vereador no fim de janeiro, alegou que precisava de mais tempo por causa da mudança da defesa. Na sua decisão, a magistrada contestou o argumento.

"Inicialmente, verifico que a audiência está designada desde o dia 15/12/2021, portanto, há quase 2 meses, certo que a nova defesa recebe a causa no estado em que se encontra, até porque foi constituída com pelo menos 14
dias de antecedência do ato, prazo que se me afigura suficiente para que possa orientar seu defendente para o momento do interrogatório", explicou.

No dia 28 de janeiro, a magistrada já tinha indeferido o pedido de prisão domiciliar impetrado pela defesa de Monique Medeiros. "Não vislumbro como a prisão domiciliar, ainda que em local sigiloso, de conhecimento apenas desta magistrada, possa garantir a segurança da ré", indicou.

Na decisão, a juíza determinou também que o Instituto Santo Expedito, no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, onde Monique está presa, informe, com urgência, o número de detentas que poderiam ocupar a mesma cela da mãe de Henry, de forma a garantir sua segurança. A magistrada negou ainda o pedido de desmembramento do processo e de decretação do sigilo.

"Não vislumbro, no caso, qualquer vantagem que o desmembramento possa trazer ao procedimento, muito menos para a segurança da ré", afirmou.