Rússia invade a Ucrânia e já enfrenta sanções econômicas

A Rússia investiu contra a Ucrânia, uma ex-república da União Soviética que já enfrentava conflitos separatistas - Foto: Gabinete do Presidente da Ucrânia

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Teve início nas primeiras horas de ontem (24) temido e também esperado conflito na Europa. A Rússia, sob o comando do presidente Vladimir Putin, investiu contra a Ucrânia, uma ex-república da União Soviética e com aspirações separatistas em algumas regiões. O Exército russo confirmou bombardeios na Ucrânia, mas garantiu que os ataques são direcionados apenas a bases aéreas ucranianas e outras áreas militares, não atingindo zonas povoadas. O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros afirmou que a Rússia ataca em larga escala, pelas fronteiras com Rússia, Bielorrússia e Crimeia. Já o Ministério russo da Defesa disse que está usando "armas de alta precisão" para inutilizar a "infraestrutura militar, instalações de defesa aérea, aeródromos militares e aviação das Forças Armadas da Ucrânia".

Em vídeo divulgado na rede social Telegram, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que impôs lei marcial em todo o país, disse que "a Rússia lançou ataques contra nossa infraestrutura militar e postos fronteiriços". Ele pediu aos ucranianos que evitem "pânico" e confiem na capacidade do Exército para defender o país. A Ucrânia fechou o espaço aéreo para a aviação civil.

A justificativa apresentada pelo presidente russo Vladimir Putin para a operação militar contra o território ucraniano foi proteger os civis de etnia russa em Donetsk e Luhansk, cuja independência ele reconheceu na última segunda-feira (21).

Pelo menos cinco cidades foram atacadas: Kiev, a capital, Mariupol, Kramatorsk, Kharkiv e Odessa.

Reação - A reação internacional ao ataque não demorou. À tarde, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou severas sanções econômicas à Rússia, segundo ele, a maior já vista na história. "A Rússia não poderá negociar nem em dólares, nem em euros nem em ienes".

Além disso, todos os ativos dos bancos russos nos Estados Unidos foram congelados, quase 1 trilhão de dólares, e será reduzida o acesso da Rússia à tecnologia e financiamentos em setores estratégicos, como o aeroespacial.

Mais cedo, também condenaram os ataques russos o primeiro-ministro britânico, Boris Jonhson; o chanceler alemão, Olaf Scholz,; e o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, entre outros líderes mundiais.

No Brasil, por meio de nota oficial, o Palácio do Itamaraty se posicionou sobre o conflito entre Ucrânia e Rússia, com um apelo para um cessar-fogo imediato.

"O Brasil apela à suspensão imediata das hostilidades e ao início de negociações conducentes a uma solução diplomática para a questão, com base nos Acordos de Minsk e que leve em conta os legítimos interesses de segurança de todas as partes envolvidas e a proteção da população civil".

A nota também aponta a necessidade de uma resolução do enfrentamento com base nas regras do direito internacional, incluindo o respeito a integridade territorial de países soberanos.

"Como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas, o Brasil permanece engajado nas discussões multilaterais com vistas a uma solução pacífica, em linha com a tradição diplomática brasileira e na defesa de soluções orientadas pela Carta das Nações Unidas e pelo direito internacional, sobretudo os princípios da não intervenção, da soberania e integridade territorial dos Estados e da solução pacífica das controvérsias."

Chernobyl tomada - No meio da tarde foi anunciado pelo conselheiro do gabinete presidencial ucraniano, Mykhailo Podolyak, que a usina nuclear de Chernobyl, a mesma onde ocorreu sério acidente nuclear em 1986, foi tomada por forças russas.

"É impossível dizer que a usina nuclear de Chernobyl está segura após um ataque completamente sem sentido dos russos", disse ele.

"Essa é uma das ameaças mais sérias à Europa hoje", acrescentou Podolyak.