A saúde da árvore

Dom José Francisco - Foto: Thiago Maia/Divulgação

Cidades
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Dom José Francisco*

Que os humanos tenham uma Lei Natural que oriente a justiça, a decência e a moralidade, isso é líquido e certo. Que eles sigam essa lei, já não é tão líquido e certo!

E não se trata de exigir perfeição, nem de estar preocupado com a culpa que deriva dessa ausência. Trata-se, antes de tudo, de ser fiel à verdade.

Para entender, pensem que uma árvore é o que é, e não faz sentido desejar que seja outra coisa. Se dizemos que ela não oferece sombra ou frutos, isso apenas significa que ela se tornou inadequada a algum propósito particular. Mas o primeiro propósito de uma árvore é o de ser árvore: é assim que ela cumpre a lei da sua natureza.

Será que os humanos teriam, também, uma Lei da Natureza Humana que lhes diz o que têm de ser para serem humanos? Do contrário, eles ainda continuariam humanos?

Observe que quando lidamos com árvores lidamos com fatos, mas ao lidar com humanos lidamos com algo além dos fatos, lidamos com intenções.

A guerra pode ser um bom exemplo disso.

Numa guerra, os dois lados se consideram tão corretos, que não conseguem sair de onde fincaram o pé, ao cúmulo de encontrarem um traidor e pagar por ele. Mas mesmo se o encontrarem, sempre irão se referir a ele como traidor, não importa de que lado ele esteja.

É que certas coisas tocam o fundo da experiência humana.

Segurança e felicidade, por exemplo, são algumas delas, e só podem advir de indivíduos, grupos e nações que sejam honestos, joguem limpo e sejam gentis, ou seja, uma árvore boa. Uma pessoa não deve ser altruísta porque gosta disso, mas, simplesmente, pelo fato de ser. Essa é uma das verdades fundantes; ela faz parte da saúde da árvore. Entendem?

A lei da natureza humana não obedece ao senso comum. Ela existe de verdade, nos guia e nos alimenta. Ela sempre procura o bem de forma inegociável. Ser bom é inegociável!