Avanços na saúde da região

Há um ano o médico cirurgião-ortopedista Marcus Vinicius Dias assumiu a direção do Hospital Estadual Azevedo Lima (HEAL) de gestão do Instituto Sócrates Guanaes, centro de referência em Niterói e em toda a região metropolitana em atendimentos emergenciais de politraumatismo e maternidade de alto risco.

Dias já havia passado pelo Departamento de Gestão Hospitalar do Ministério da Saúde no Rio de Janeiro. Somado a isso, o médico é mestre em economia, algo que trouxe - ainda que muitas vezes inconscientemente, um novo olhar de gestão hospitalar.

Desde o início de sua atuação como diretor até hoje, em trabalho conjunto com toda a equipe do Hospital, o médico propôs uma maior rapidez na intervenção médica, base própria da ortopedia na qual é experiente, e o foco em recursos e estratégias, sabendo onde investir e obter retorno de qualidade.

E o primeiro feito, ainda no primeiro semestre, foi a reestruturação dos procedimentos de alta de pacientes, a partir da aquisição de tecnologias avançadas, que resultaram em procedimentos cirúrgicos e ambulatoriais mais precisos, trazendo economia e sobretudo fluidez na permanência de pacientes nos leitos.

Em entrevista exclusiva a O FLUMINENSE, Marcus Vinicius Dias fala sobre a renovação no parque tecnológico do Azevedo Lima, da potencialização do centro obstétrico, dos desafios em meio à covid-19 na cidade e também de projetos futuros no hospital.

Centros cirúrgicos e obstétricos - "No ano passado conseguimos adquirir por meio de recursos um aparelho intensificador de imagem, próprio para o centro cirúrgico. É uma espécie de raio x dinâmico, que atua de forma mais eficiente no acompanhamento de traumas, evitando muitas vezes uma cirurgia longa no paciente.

Outro [aparelho] que veio a somar foi o ultrasom direcionado para o centro cirúrgico. Com ele, ao invés de aplicar uma anestesia geral no paciente é possível achar o ponto exato da área do corpo, método prático que acelerou a alta e também economizou anestésico.

Em relação ao centro obstétrico, além da reforma estrutural, conseguimos camas específicas para fazer parto normal, permitindo a permanência do anestesista do lado dessa cama. Ela é toda preparada para uma perspectiva humanizada. Além do conforto para a mãe, você aumenta a chance do parto normal, em casos onde isso é possível.

Nossa região tem muita demanda de maternidade de alta complexidade, ainda mais na realidade de carência desse tipo de atendimento. Diante disso, estamos discutindo uma ampliação, que também se aplica em uma atualização do centro de observação neonatal".

Cirurgia de fraturas no quadril referência no Brasil - "Em Niterói temos uma característica demográfica que se assemelha um pouco com a da França, no quesito de maioria da população idosa. Neste sentido, é normal que exista um número maior de pacientes idosos com doenças que afetam esse público, como fraturas no quadril e osteoporose.

Dessa forma, projetamos as operações para acontecerem dentro das primeiras 48h por dois motivos. O primeiro é que dentro desse prazo conseguimos equilibrar o quadro, evitando mortes e agravamentos, tendo em vista que a demora pode trazer pioras.

A operação dentro desse período e com cerca de 90% dos nossos pacientes bate com a média na Europa nos centros hospitalares de emergência. Ou seja, aqui conseguimos oferecer tratamento em nível hospitalar internacional, tendo peças cirúrgicas e profissionais experientes e disponíveis para executar esse serviço, promovendo uma diminuição da média de internações".

Desafio na segunda onda da covid-19 - "Cheguei na gestão no auge da segunda onda, em um aumento de casos e internações. A prova cabal de que a vacinação nos auxiliou em termos de prevenção de casos graves é que na onda da Omicron nós não tivemos óbitos pela doença, e chegamos em 11 casos internados.

O Azevedo Lima não era uma unidade focada em covid-19, mas mudamos nossos propósitos, valores e estratégias para atender todos os pacientes. Se vier algo e voltar a ter casos graves, em 24h estamos capacitados em transformar o hospital.