União para atravessar a tempestade

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

Charbel Tauil Rodrigues*

Justo quando todos começávamos, graças ao avanço das campanhas de vacinação e o arrefecimento da pandemia, a ensaiar uma gradual retomada das atividades de Comércio e Serviços, eis que surge uma outra ameaça no horizonte mundial. E que ameaça: uma guerra na Europa que se não se tomar muito cuidado pode rapidamente escalar para o envolvimento de outros países, com desfechos absolutamente imprevisíveis. Desde já, as economias nacionais começam a refletir desdobramentos do novo quadro, com majoração de preços e risco de desabastecimento de diversos produtos.

Mais uma vez, portanto, instaura-se um cenário de temor generalizado, com o empreendedor sendo desafiado a garantir a sobrevida do seu negócio, assim como a manutenção dos empregos dos seus colaboradores.

É um quadro difícil, mas - justamente por isto - gostaria de pontuar aqui alguns fatores menos negativos, para reflexão do leitor. Por exemplo, o amparo das instituições. O comerciante continua podendo contar com a estrutura de entidades como o Sindilojas Niterói, o Sesc, o Senac e a própria Fecomércio-RJ, entre outras, na defesa de suas reivindicações e bandeiras de luta, além da oferta de cursos, seminários, palestras e eventos diversos para atualização gerencial e visibilidade de suas marcas. Essas estruturas existem em função do lojista, e se desdobram para oferecer todo tipo de apoio, bastando para tanto que o empresário também faça a sua parte, buscando por elas, procurando frequentar suas atividades e fortalecê-las. É importante participar desse universo, ainda mais quando se considera que a boa retomada dos negócios requer - cada vez mais - comerciantes antenados com a modernidade, com equipes bem treinadas e motivadas, além de cuidados redobrados com quesitos como ornamentação de espaços, identidade visual, cuidados com os protocolos de Saúde Pública, além de tratamento diferenciados com os consumidores.

Vale, também, observar o comportamento da clientela. Ainda agora, pesquisa realizada pelo Instituto Fecomércio de Pesquisas e Análises (IFec RJ) apontou que se mantém em queda o medo dos consumidores de perderem o emprego - o que é um dado fundamental para o movimento do Comércio. O levantamento apurou que, em fevereiro, 38,3% dos 308 entrevistados não tiveram medo de perder o emprego nos últimos três meses, quando em janeiro esse número era de 39,8%. Os que têm muito medo de perder o emprego também diminuíram em relação a janeiro. No segundo mês do ano, 39% dos consumidores disseram não temer o desemprego (22,7% tinham pouco medo), contra 42,8% de janeiro.

Também precisamos ir além dos limites dos nossos empreendimentos, zelando pelo bem geral. Por exemplo, temos que nos manter atentos com o emprego dos recursos públicos. Eles estão sendo bem utilizados? Os investimentos divulgados pelos administradores do momento são válidos, ou apenas belas vitrines sem utilidade real? As iniciativas são prévia e devidamente debatidas com a população? Quais são as prioridades para a nossa comunidade, a nossa categoria, o nosso bairro, a nossa cidade? Afinal, a redenção econômica, cultural e social depende desses fatores. De todos eles. E nós, contribuintes, temos todo o direito de opinar, de questionar e, se for o caso, de protestar mesmo.

Feitas tais considerações, vamos nos manter confiantes. Os tempos são difíceis mas, com muito trabalho e união, nós lojistas vamos vencer mais este desafio!