Reconstrução mamária éum direito da mulher

A reconstrução da mama representa muito para a mulher, pelo impacto positivo em sua imagem e auto-estima - Foto: Divulgação / Sociedade Brasileira de Mastologia

Cidades
Tpografia
  • Mínimo Pequeno Médio Grande Gigante
  • Fonte Padrão Helvetica Segoe Georgia Times

As doenças mamárias podem demandar intervenções cirúrgicas para seu tratamento que alterem parcialmente a forma da mama ou mesmo que haja necessidade de sua retirada total.

A reconstrução mamária é uma busca antiga de tratamento médico pelas mulheres na cirurgia plástica. É sobre essa busca da cirurgia plástica do retorno a forma que será abordada a reconstrução da mama. A cirurgia plástica é uma das mais antigas práticas cirúrgicas. Ao longo dos séculos a cirurgia reconstrutora despertou de forma contínua muito interesse social, pois sempre existiu uma quantidade enorme de pessoas com defeitos em todo o corpo por diferentes causas. Esses fatos sempre impulsionaram o desenvolvimento do conhecimento das cirurgias reconstrutoras, promovendo seu avançou ao longo dos séculos. Os conceitos culturais e religiosos sobre o desejo do indivíduo reconstruir seu corpo, resgatando sua imagem corporal, influenciaram marcantemente essa trajetória da cirurgia plástica e, devem ser compreendidos dentro de diferentes aspectos socioculturais e de época, com seus conceitos e preconceitos. Em relação à mama da mulher, todos esses aspectos têm importância especial por tratar-se de uma parte de seu corpo de grande representação da feminilidade. Sua perda ou deformidade causa grande sofrimento pelo impacto negativo na sua imagem e na integridade corporal.

Atualmente a cirurgia de reconstrução mamária teve um grande desenvolvimento, pela redução da radicalidade local do tratamento oncológico, associado ao desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas de reconstrução mamária, também pela incorporação de materiais, como os implantes mamários que, complementam em inúmeras situações as perdas dos tecidos locais, decorrentes do tratamento, auxiliando na obtenção de bons resultados.

As reconstruções podem ser realizadas imediatas, chamadas assim quando ocorrem na mesma ocasião do tratamento inicial associado ao mastologista ou tardias após o tratamento oncológico.

Quando se faz uma ou outra alternativa?

As alternativas cirúrgicas devem ser propostas à paciente, por ocasião do seu plano de tratamento e com sua participação. Preferencialmente imediata se for possível pois, melhoram o resultado, emocionalmente ajuda no enfrentamento do tratamento e, resultam em uma reabilitação mais precoce da mulher. As reconstruções mamárias tardias são realizadas após o tratamento cirúrgico das doenças da mama. Existem várias razões para essa segunda escolha, por opção da mulher que não quer um procedimento maior ou por contraindicação médica por questões de saúde.

A reconstrução mamária pode ser realizada na rede pública do SUS quando há recursos estruturais locais das unidades de saúde para realiza-la, quando dispõe de cirurgiões especialistas em reconstrução mamária e de materiais, como por exemplo os implantes de silicone. Na rede privada de saúde, que incluem os seguros e planos de saúde, da mesma forma, são cobertos por lei os procedimentos cirúrgicos de reconstrução da mama afetada, bem como a cirurgia plástica na mama oposta e, os materiais necessários para a reconstrução e equilíbrio de forma e volume entre as duas mamas.

O direito à reconstrução mamária no Brasil foi uma conquista recente que se iniciou em 1994 no Rio de Janeiro pelo Cremerj, na Câmara Técnica de Cirurgia Plástica, onde foi elaborado parecer técnico em defesa da mulher pois, antes dessa data os procedimentos eram sistematicamente negadas, sendo consideradas "cirurgias meramente estéticas "quando sabemos que, faz parte do tratamento, reconstruir e reabilitar sempre que possível, no tão desejado cuidado médico humanizado e, avançar sempre na atenção a essas questões da qualidade de vida.

Todos esses passos foram uma grande conquista para as mulheres. Um grande avanço, mas ainda incompleto. Temos muitos desafios a vencer, principalmente na ampliação da oferta, principalmente no SUS, que atende a maior parte das mulheres, observando a importante disponibilização de materiais específicos para a realização das reconstruções e profissionais especializados bem como, no acesso mais amplo das mulheres a reconstrução mamária em todos as formas de mutilação da mama, independentemente que sejam ocasionadas por patologias benignas ou malignas. Está tramitando no Congresso um projeto de lei que visa ampliar a lei incluindo a reconstrução da mama por doenças benignas.

Aprovação da Primeira Lei Federal 9.797 - Garante a oferta de reconstrução mamária no SUS.