Seminário debate saneamento e meio ambiente no Estado

Evento que acontece na capital terá como um dos temas a Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos - Foto: Marcelo Figueiredo/Prefeitura de Araruama

Rio de Janeiro
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Debater modelos de tratamento de esgoto e buscar soluções e tecnologias mais eficazes para o saneamento a curto prazo. É com este foco que a "Captação em Tempo Seco", que capta as contribuições que passam pelas galerias pluviais e encaminha para a estação de tratamento, adotada nas cidades da Região dos Lagos, será um dos temas abordados no 1º Seminário de Saneamento e Meio Ambiente. O evento, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental - Seção Rio de Janeiro (Abes Rio), foi iniciado ontem (13) e prossegue hoje (14) de forma híbrida (presencial e on-line), transmitido gratuitamente do auditório da Firjan, no Centro do Rio de Janeiro.

"Vamos trazer cases já existentes no Brasil, mostrar as perspectivas de quem opera, os desafios e o planejamento para os próximos anos. Nossa intenção é desmistificar o tema, trazendo esclarecimento para população e entendimento para os setores correlatos", ressalta o presidente da Abes, Miguel Alvarenga Fernández y Fernández.

O encontro conta com a participação do diretor presidente da Prolagos e diretor superintendente da Águas do Rio, Pedro Freitas, que vai palestrar hoje (14), às 11h, sobre como o tratamento de coleta em Tempo Seco tem ajudado na melhoria gradativa da qualidade ambiental da Lagoa de Araruama.

"Com o auxílio dos investimentos que fizemos até aqui, já é possível observar a melhora desse corpo lagunar tão importante. O Tempo Seco foi a solução mais rápida e assertiva da sociedade para a recuperação da lagoa, porque se fossemos aguardar a implantação do sistema Separador Absoluto comprometeria de forma irremediável a regeneração desse ecossistema. Hoje, os pescadores comemoram recordes de pescado, cavalos-marinhos voltaram a habitar a laguna e na maior indústria da Região dos Lagos, o Turismo, empresários sentem os reflexos positivos dos recursos empregados pela concessionária", pontua Pedro Freitas.

Em 1998, quando a Prolagos assumiu os serviços de saneamento em Armação dos Búzios, Arraial do Cabo, Cabo Frio, Iguaba Grande e São Pedro da Aldeia, todo o esgoto in natura era despejado na Lagoa de Araruama e nas praias. A maior laguna hipersalina em estado permanente do mundo estava em avançado estado de degradação ambiental.

Para ajudar na sua recuperação, a sociedade civil organizada solicitou a mudança do contrato, propondo que as concessionárias que atuam na Região dos Lagos antecipassem os investimentos em esgoto e aderissem ao sistema de captação a tempo seco, onde o esgoto que corre pela drenagem pluvial é desviado para coletores e o resíduo transportado para as estações de tratamento, retornando para o meio ambiente dentro dos padrões ambientais.

Com a mudança aprovada pelo poder concedente, Ministério Público e pela Agência Reguladora (Agenersa), em 23 anos, o índice de atendimento em esgotamento sanitário saltou de 0 para 80,12% e todo esgoto coletado é tratado.

Além disso, a concessionária construiu 38 km de rede coletora, que atuam como cinturões, blindando a laguna e captando o esgoto que chega pela rede de drenagem. "Iremos investir ainda, mais de R$50 milhões, que serão destinados à implantação de 26 km de rede coletora, que receberá o esgoto que sai dos imóveis, atuando como uma blindagem da lagoa", explica o diretor-presidente da Prolagos, Pedro Freitas.