TOMÉ

Dom José Francisco - Foto: Thiago Maia/Divulgação

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Dom José Francisco*

Infelizmente, pouco se sabe da biografia dele.

O apelido que ele ganhou, Dídimo, na forma grega, significa "gêmeo", e provém do ato dele dizer: "Vamos também nós morrermos com ele" (João 11,16). Não por ele, vejam bem, mas com ele: quase um ideal gemelar!

Isso nos revela a personalidade ímpar de um extremista com uma enorme devoção ao Senhor.

Quando foi considerada a ameaçava real de morte, caso Jesus voltasse à Judéia, Tomé declarou a frase acima citada. Por um lado, parece ser a de um pessimista, que só espera a desgraça. Quem diria! A mesma declaração mostra sua aptidão a estar com o Senhor, onde quer que seja. Lembrem-se de eles estarem às beiras da condenação de Jesus: aquele, definitivamente, não era um momento propício para declarar lealdade. E ele declarou!

Então, como entender seu sumiço nas horas finais? Como entender o sumiço de todos os outros que desapareceram, inclusive Pedro?

Ah, as escolhas do Mestre!

Já quase no eclipse da história, Tomé demonstrou dúvidas acerca do próprio discipulado: "Senhor, não sabemos para onde vais; como podemos conhecer o caminho?" Na verdade, esse era um sentimento de todos os outros. Acontece que Tomé tinha a língua solta e pôs a questão em pratos limpos.

Após a ressurreição, Jesus se manifesta aos discípulos, e quem estava ausente? Tomé! E quando os outros lhe contaram que Jesus havia estado ali, quem não acreditou? Claro, Tomé! De caráter pessimista, ele precisava de provas tangíveis para crer: ver e tocar.

Mas esse não seria também o nosso mais secreto desejo? Não daríamos tudo para estar lá, naqueles oito dias depois?

Dizem que o incrédulo Tomé pregou o Evangelho na Índia e na Síria. Foi longe, nosso Tomé!

Nisso, bem poderíamos imitá-lo. Bem poderíamos ir longe, também, por nossa fé!

Tomé se parece muito com a gente. Não acham?