Apesar de cortes, universidade acelera obras em seus campi

Em 2021, a Universidade Federal Fluminense sofreu um corte de verbas do Governo Federal no valor de R$ 29 milhões. Isso representou uma redução de 16,5% no orçamento para 2021. Mas, apesar das restrições para os cofres da instituição, a UFF conseguiu acelerar diversas obras de inúmeros campi pelo estado.

Segundo os dados da Pró-Reitoria de Planejamento da UFF extraídos do Sistema Tesouro Gerencial, a universidade recebeu um total de recursos do governo federal no ano passado de quase R$ 147 milhões, sendo que este valor em 2020 foi de aproximadamente R$ 177 milhões. No entanto, a UFF prosseguiu com diversas obras, sendo o exemplo mais recente o da inauguração do novo prédio do Instituto de Arte e Comunicação Social, o IACS.

Localizado no campus do Gragoatá, o prédio estava abandonado e coberto por mato há praticamente uma década. Com as obras retomadas em 2018, o orçamento total da obra foi de R$ 28 milhões. E o resultado pôde ser conferido por todos durante cerimônia realizada no dia 13 de abril de 2022.

O prédio tem 110 salas interligadas e divididas em blocos de salas de aula, além de anfiteatro, pátio e sala de exposição. Além disso, na nova sede, ficarão abrigados os cursos de Graduação em Arquivologia, Artes, Biblioteconomia e Documentação, Cinema e Audiovisual, Comunicação Social, Estudos de Mídia, Jornalismo, Produção Cultural, e de Pós-Graduação em Ciências da Informação, Cinema e Audiovisual, Comunicação, Cultura e Territorialidades, Mídia e Cotidiano e Estudos Contemporâneos das
Artes.

Outro sonho que parecia distante, mas que foi devidamente retomado pela atual gestão corresponde às obras do prédio da Faculdade de Medicina. Localizado no Centro de Niterói, ao lado do Hospital Universitário Antônio Pedro, o local vem ganhando forma a passos rápidos. Orçado em R$ 32 milhões, o investimento vai possibilitar melhores condições de trabalho para técnico-administrativos e docentes e melhores condições acadêmicas para os alunos, além de facilitar a integração entre discentes e profissionais da equipe médica do Hospital, sem contar com a ampliação de iniciativas que visam o melhor atendimento ao paciente.

Cidades do interior também contam com melhorias

Engana-se quem pensa que as obras da UFF se encontram adiantadas apenas em Niterói. Em outras cidades do estado do Rio há investimentos voltados não somente para a melhoria de infraestrutura dos campi, mas também visando a qualidade de vida e a garantia da permanência e da inclusão dos alunos.

Alguns exemplos são as obras em Volta Redonda, Nova Friburgo e Angra dos Reis. O primeiro município está com um investimento de R$ 10 milhões na construção de um restaurante universitário. Já as demais cidades estão com obras destinadas à moradia estudantil.

No caso de Friburgo, a UFF investiu R$ 500 mil em reformas de infraestrutura e aquisição de módulos habitacionais destinados à Clínica de Fonoaudiologia. Já em Angra dos Reis, a universidade tem trabalhado na construção da moradia estudantil, orçada em R$ 1,5 milhão. Deste valor, R$ 700 mil foram investidos pela universidade e os R$ 800 mil restantes são de emendas parlamentares.

Obras no Norte Fluminense

Municípios considerados estratégicos para o estado do Rio de Janeiro, Macaé e Campos dos Goytacazes, ambas as cidades localizadas no Norte Fluminense, também receberam atenção da universidade.

Em Macaé, um sonho antigo tornou-se real. A inauguração, em 2020, do Bloco D do prédio do Instituto de Ciências da Sociedade. Orçado em R$ 12 milhões e feito em parceria com a prefeitura da cidade, o local conta com três pavimentos, com auditório e salas de aulas para os cursos de Direito, Administração e Ciências Contábeis.

E em breve, Campos dos Goytacazes terá mais um local destinado a vida acadêmica. Trata-se do Instituto de Ciências da Sociedade e Desenvolvimento Regional. Orçado em R$ 55 milhões (R$ 25 milhões da UFF e R$ 30 milhões obtidos por meio de emenda parlamentar da bancada do Rio na Câmara Federal), desde 2020 que as obras foram retomadas. Atualmente, 90% do prédio encontra-se concluído e a expectativa é que a inauguração aconteça no primeiro semestre de 2023.

Para o reitor da UFF, o professor e doutor Antônio Cláudio Lucas da Nóbrega, isso é reflexo do comprometimento de uma gestão séria, que soube usar os recursos de forma eficiente graças à ampliação de parcerias e também a várias formas de inovação. Ele cita outros feitos da atual administração e demonstra otimismo em relação ao futuro da universidade.

"Esse é um momento institucional de mudança de patamar na história da UFF. Mesmo com os cortes de verbas, avançamos no investimento em diversas áreas da universidade. Preciso destacar que isso só foi possível graças a uma gestão financeira responsável, eficiente, parcerias e muita construção coletiva. No entanto, o desafio orçamentário continua, a UFF segue com os menores orçamentos do século. Precisamos ser agressivos na luta pela recomposição do orçamento das federais, pela educação, pela ciência e tecnologia e avançar ainda mais, construir um futuro em favor da UFF e de toda população", comenta.