A exigência de crescer

Dom José Francisco - Foto: Thiago Maia/Divulgação

Cidades
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Dom José Francisco*

Como ser simplista num mundo cada dia mais complexo?

As coisas não são tão simples como parecem: tudo é muito complexo!

Por exemplo, a cadeira onde você está sentado, agora, é toda feita de átomos e moléculas: nada tão simples, concorda comigo? Tanto, que o que chamamos de "cadeira" nos conduz a mistérios insondáveis!

A realidade não termina onde colocamos ponto final.

Toda vez que indagamos sobre o que realmente está acontecendo ao derredor, temos de estar preparados para ouvir uma longa história. Se fazemos à vida perguntas complexas, não seria tolice reclamar quando não recebemos respostas simplistas e lineares?

Precisamos nos aprofundar nas certezas que sustentamos e que nos sustentam. Certas versões dessas certezas foram adaptadas para crianças da pré-escola, antes delas crescerem. Mas elas cresceram!

Toda vez que você tenta pensar como adulto, há quem se queixe de que fala mais à cabeça do que ao coração. Como se o ser humano fosse um armário com portas e gavetas, e fosse possível engavetar as ideias num recesso de tranquilidade impassível que, aliás, nem existe.

Então, coração e cabeça não fazem parte de um mesmo corpo?

A realidade é sempre maior do que a suposição que fazemos dela. Se quisermos que ela seja óbvia, corremos o risco de voltar à época em que se pensava que o Sol girava ao redor da Terra. E não há nada mais enganoso do que essa aparência!

Toda vez que a verdade for excluída do regime da realidade, fique atento para observar o quanto ainda precisa crescer para enxergar as coisas sem medo de vê-las.

Crescer não é uma escolha, é uma exigência!

Quando eu era criança, falava como criança, sentia como criança e pensava como criança. Agora que sou adulto, parei de agir como criança

(1 Coríntios 13,11).