A proposta cristã

Dom José Francisco - Foto: Thiago Maia/Divulgação

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Dom José Francisco*

Já me perguntaram por que acredito na proposta cristã? Aliás, não só acredito, como consagrei minha vida a ela.

A resposta não é nem simples nem complicada, mas é complexa.

A religião cristã não é do tipo de coisa que alguém teria inventado para consumo próprio; ela exige mudanças reais. E, cá entre nós, ninguém é tão favorável assim a mudanças! De um modo geral, somos conservadores, queremos sempre voltar ao estado anterior: o que nos fez alcançar as satisfações desejadas. Da sensação de satisfação ninguém arreda pé.

Como lidar, então, com uma religião que começou com a pretensão de mudança estrutural e de conversão? E como não adorar um Deus que prefere sair dos espaços impenetráveis para ir em busca da ovelha perdida, trazê-la nos ombros, chamar os amigos, fazer festa, e não por outra razão, senão, pelo fato de tê-la encontrado?

Caso ela queira ser encontrada, veja bem!

Por isso, não deve ser fácil concluir pelo óbvio de uma religião que pede mudanças de marcha a todo instante, e que avisa quando chegou a hora de voltar pelo mesmo caminho por onde nos desviamos.

Não à-toa, tanto a manobra para virar o carro no fluxo do trânsito como a "manobra" para virar a intenção nos fluxos da vida se chama conversão. Para o carro, acione a seta e verifique os retrovisores. Para a vida da fé, engate a marcha e afaste-se do mal.

Ah, o mal! Na esfera cristã, dizemos que ele tem existência inteligente e vontade próprias.

Ora, se as coisas são boas e procedem do Bem, o que o mal faz é roubá-las desse poder maior que ele.

O mal é um parasita nada original! Até as faculdades que permitem que ele exista, não são dele.

Por isso, é difícil não apostar na proposta do Bem!