Porto da Pedra vai embarcar numa viagem pela Amazônia

Enredo do Tigre de São Gonçalo é um mergulho no imaginário de Júlio Verne - Foto: Arquivo

São Gonçalo
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A Unidos do Porto da Pedra e o carnavalesco Mauro Quintaes convidam quem gosta de folia para embarcar em uma fascinante viagem pela Amazônia, que o escritor francês Júlio Verne um dia imaginou. Baseado no livro "A Jangada: 800 léguas pelo Amazonas", o enredo é uma aventura delirante do escritor, pai da ficção científica e de fantasia, que nunca esteve no
Brasil.

"O imaginário humano sempre foi permeado de mitos e lendas dando forma a fabulações que construíram o entendimento da humanidade sobre fatos e lugares. O delírio sempre foi parceiro dos viajantes, principalmente, por potencializar os seus imaginários, e assim, transformar o real em extraordinário. Desta forma, simples relatos se tornaram histórias que, por longos períodos, foram a única forma de revelar lugares desconhecidos ao redor do mundo", conta o carnavalesco Mauro Quintaes.

Foi assim, fascinado pelo poder de inventar, que Júlio Verne transportou leitores em viagens extraordinárias. Em uma destas aventuras delirantes, a mente inventiva do francês cria uma jangada - título de um de seus livros - para navegar a gigantesca extensão do Rio Amazonas.

A bordo deste louco maquinário, o G.R.E.S. Unidos do Porto da Pedra, de São Gonçalo, convida a embarcar neste "delírio-enredo", que apresentará as figuras que deram forma ao imaginário amazônico.

A floresta, a hileia, a mata que se ergueu feito labirinto verde. As vezes paraíso perdido, outras inferno ardente e febril. A Amazônia sempre foi objeto de cobiça pela utopia de um novo mundo imaculado. Deslumbrante, exótico, misterioso. Este fascínio pela floresta deu forma a ilusões que viraram contos, e estes, se cristalizaram no imaginário popular através dos contadores de histórias.

O pavilhão vermelho e branco de São Gonçalo, encantado com "aura de guerreiro e alma de artista" (Assayag, 1995, pg. 26), e inspirado pelo poder inventivo e criativo de Júlio Verne, celebra no Carnaval de 2023 os contadores de história da Amazônia. Figuras simples dos beiradões ou escritores. Reconhecidos ou anônimos. Mestres que repassam através das gerações o encantamento com as palavras que se eternizam na sabedoria popular e na arte cabocla entre festas, luzes e pajelanças.