Barco do futuro é feito em Niterói

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Já está em fase de testes o veleiro F-Boat, desenvolvido em Niterói, movido com energia solar e eólica e que será utilizado para coletar e monitorar água da Baía de Guanabara. A embarcação foi desenvolvida através do Programa de Desenvolvimento de Projetos Aplicados (PDPA), parceria entre a Prefeitura de Niterói, a Universidade Federal Fluminense (UFF) e a Fundação Euclides da Cunha.

A embarcação passa por observação do funcionamento e reparos na visão computacional, substituição de controle e hardware mais robusto, além de melhorias nos sensores de vento da embarcação. O barco foi desenvolvido pelos Departamentos de Engenharia Elétrica (TEE-UFF), Engenharia de Recursos Hídricos e Meio Ambiente (TGH-UFF) e do Instituto de Computação (IC-UFF) da UFF.

O F-Boat conta com assistência de inteligência artificial para garantir sua autonomia de 24 horas por dia durante os sete dias da semana. É o primeiro veleiro autônomo movido a energia limpa desenvolvido pela Universidade.

"Esta embarcação fez uma ótima apresentação no Desafio Solar Brasil, evento que a Prefeitura de Niterói apoiou através da Secretaria do Clima, e reuniu 14 instituições de ensino de todo o Brasil, para uma competição de barcos solares produzidos por universitários. O barco cumpre um importante papel de analisar diversos parâmetros de qualidade da água, além de realizar isso através da luz do sol e dos ventos. Mostra que a mobilidade sustentável é um caminho sem volta! O transporte com zero emissão de carbono é uma das ações que a Secretaria do Clima se dedica e apoia", explicou o secretário municipal do Clima, Luciano Paez.

O professor do Instituto de Computação, Esteban Walter Gonzales Clua, atua na construção do projeto e explica como será benéfico para os estudos sobre questões ambientais.

"Pretendemos que o barco, uma vez pronto e funcionando, seja um laboratório tanto para questões de meio ambiente, onde possamos cada vez mais embarcar novos sensores e novas estratégias de monitoramento, até permitir que qualquer grupo da Universidade, ou de fora, possa utilizá-lo como plataforma", declarou o responsável por parte da criação do veleiro.

Para velejar sozinho, o F-Boat precisa de sensores como anemômetro e biruta, indicadores de velocidade e direção do vento. As informações são levadas para o computador também instalado dentro do veleiro, traçando assim as melhores estratégias em termos de posicionamento do leme e vela.

O sistema de bateria incluído serve para alimentar os instrumentos eletrônicos - sensores e atuadores da embarcação - e a propulsão elétrica, utilizada esporadicamente, quando o vento não pode mover a embarcação ou para manobras mais precisas, em que a vela não consiga atuar independente.

O estudante de doutorado da pós-graduação em computação do Instituto de Computação e capitão-tenente da Marinha do Brasil, André Paulo de Araújo, é um dos pesquisadores do projeto e falou de sua importância.

"Toda essa tecnologia, que antes só víamos em laboratório, livros e provas teóricas, agora está sendo aplicada em um projeto funcional. Vai ajudar a coletar informações das águas de Niterói, melhorar o ecossistema da vida marinha na Baía de Guanabara e nos outros lagos e rios aqui no Rio de Janeiro", pontuou.