Jô Soares sai de cena aos 84 anos: artista em várias frentes

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O autor, ator, diretor e entrevistador Jô Soares morreu na madrugada de ontem (5), aos 84 anos, em São Paulo. Ele estava internado no Hospital Sírio Libanês. José Eugênio Soares, o Jô Soares, nasceu em 16 de janeiro de 1938, no Rio, filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares. Sua estreia como ator ocorreu no filme "O Homem do Sputnik", de Carlos Manga.

Jô escreveu roteiros para programas de televisão em emissoras como as TVs Continental, Record e Globo. E também atuou em diversos programas humorísticos das TVs Tupi, Record, SBT e Globo, entre eles "A família Trapo, que marcou seu encontro com o também comediante Ronald Golias.

Entre os shows televisivos que comandou estão o humorístico Viva o Gordo e seus programas de entrevistas Jô Soares Onze e Meia, no SBT, e Programa do Jô, na Globo. Este último ficou no ar por 17 anos, de 2000 a 2016.

Jô Soares também se aventurou na literatura, publicando romances como "O Xangô de Baker Street", "O Homem que Matou Getúlio Vargas", "Assassinatos na Academia Brasileira de Letras" e "As Esganadas".

Hospital - O Hospital Sírio-Libanês informou, em nota, que estava internado desde o dia 28 de julho. Nesse período, foi acompanhado pelas equipes do corpo clínico. O hospital não informou qual foi a causa da morte.

Tricolor de coração - O Fluminense, clube pelo qual o humorista torcia, postou uma mensagem no seu perfil do Twitter lamentando a morte do artista. "O Fluminense lamenta profundamente a morte do apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares, um dos principais nomes do cenário cultural brasileiro e tricolor de coração. Desejamos muita força aos amigos e familiares", disse o clube.

Pelé contou ter acordado triste com a notícia da morte do amigo. "Apesar daquela famosa fala do filme, não, eu não sou Jô Soares. Mas como profundo admirador, eu adoraria ter sido", postou Pelé.

Presidente - O presidente Jair Bolsonaro escreveu ontem (5), em seu perfil no Twitter, uma mensagem sobre Jô Soares. Segundo ele, Jô foi uma grande personalidade que "conquistou a todos com seu modo cômico de discutir assuntos profundos".

O presidente disse, ainda, que Jô fez bom uso de seu direito de expressão e teceu críticas inclusive ao próprio Bolsonaro.

"Mas foi por viver num país livre, não em um regime autoritário, que ele pode exercê-lo integralmente. Essa é a beleza da democracia. No fim das contas, as divergências pouca diferença fazem na hora de nossa partida para perto de Deus. O que fica são as nossas obras, e Jô Soares deixa para o Brasil um exemplo de postura, elegância e bom humor, e, por isso, tem o meu respeito", escreveu o Bolsonaro.

Luto oficial - O governador Cláudio Castro decretou luto oficial por três dias pela morte de Jô Soares. "Perdemos hoje um dos mais brilhantes humoristas. Inteligente, requintado e autêntico, Jô Soares jamais será esquecido. Meus sinceros sentimentos à família desta grande personalidade que se destacava em tudo o que fazia", disse, em nota o governador.